ONG criticam flexibilização por Trump de sanções contra Dan Gertler
Duas organizações não-governamentais (ONG) denunciaram hoje uma flexibilização das sanções dos Estados Unidos contra o multimilionário israelita Dan Gertler, acusado de corrupção no setor mineiro na República Democrática do Congo (RDCongo) durante o mandato do ex-Presidente Donald Trump.
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Mundo RDCongo
Suspeito de ter assinado "contratos de mineração e petrolíferos opacos e corruptos" na RDCongo, Dan Gertler foi alvo de sanções pelo Departamento de Estado norte-americano em dezembro de 2017.
Washington acusa-o de ter lesado a RDCongo com perdas de "1,36 mil milhões de dólares (1,12 mil milhões de euros) de receitas" fiscais na década de 2010 sob a presidência de Joseph Kabila, de quem foi um associado próximo.
"Em dezembro de 2020, durante os seus últimos dias no poder, a administração Trump facilitou consideravelmente as sanções contra" Dan Gertler, critica a ONG Global Witness, citada pela agência France-Presse (AFP).
A Global Witness pediu "à nova administração [do novo Presidente, Joe] Biden para tomar uma posição firme contra a corrupção, reaplicando as sanções na íntegra e sem demora".
Segundo a ONG Sentry, cofundada pelo ator George Clooney e citada também pela AFP, "Gertler e a maioria das empresas da sua rede receberam uma licença do Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro alguns dias antes do fim da administração [Trump]".
"A licença não retira Gertler e a sua nebulosa da lista de sanções, mas, na realidade, mina as sanções", acrescentou a Sentry.
De acordo com esta ONG, a licença permitirá à Gertler refazer negócios nos EUA e com bancos norte-americanos, assim como desbloquear ou descongelar os bens do empresário israelita.
"A administração Biden deveria revogar este perdão", sublinhou a Sentry.
Recentemente, o Fundo Monetário internacional exigiu "transparência nos contratos mineiros" como condição prévia a quaisquer negociações para um futuro programa de ajuda.
Numa mensagem, o embaixador norte-americano em Kinshasa, Mike Hammer, considerou que "a nova administração Biden oferece oportunidades para alargar a sua cooperação com a RDCongo".
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