Covid-19: Moçambique precisa de mais ajuda para combater a crise
A analista do Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais (UNDESA) que segue as economias lusófonas disse hoje que Moçambique precisa de mais ajuda internacional para aliviar a crise no país.
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Mundo Covid-19
Em entrevista à Lusa sobre Moçambique, a propósito da divulgação do relatório do UNDESA sobre a Situação Económica e Perspetivas Mundiais, Helena Afonso alertou que "a situação da dívida pública continuará acima de 100% do PIB este ano" e defendeu que "será necessário mais apoio externo, através de doações ou empréstimos concessionais para ajudar a aliviar o fardo da crise no país".
A analista do UNDESA disse que "Moçambique enfrenta condições económicas bastante complicadas devido a fragilidades internas e à pandemia, e mesmo antes já estava sob uma certa turbulência devido ao crescimento económico moderado, investimento fraco e efeitos da crise da dívida de 2016".
O crescimento para este ano deverá ficar nos 2,3%, que se segue a uma recessão de 1,3% no ano passado, estimam os analistas da ONU.
"Esta melhoria da atividade económica será suportada por uma retoma no setor agrícola e aumento da produção de carvão, com o aumento da procura energética mundial, sendo que no ano que vem o crescimento deverá acelerar com a vinda de novos investimentos", afirmou Helena Afonso.
O défice orçamental deverá "aumentar substancialmente a curto prazo devido ao aumento dos gastos contra a pandemia, como as isenções fiscais temporárias direcionadas para apoiar as famílias e a subida da despesa com a saúde", acrescentou.
A degradação do desequilíbrio orçamental será também acompanhada de um agravamento do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), que o UNDESA espera que se mantenha acima dos 100%.
"A situação da dívida continuará difícil, acima de 100%, e a participação na Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) irá certamente fornecer recursos adicionais importantes", concluiu.
África registou nas últimas 24 horas mais 641 mortes por covid-19 para um total de 85.278 óbitos, e 19.619 novos casos de infeção, segundo os últimos dados oficiais da pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados é de 3.438.133 e o de recuperados nos 55 Estados-membros da organização nas últimas 24 horas foi de 25.062, para um total de 2.903.296 desde o início da pandemia
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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