Rússia acusa Estados Unidos de "ingerência" em protestos pró-opositor
A Rússia acusou hoje os Estados Unidos de "ingerência", denunciando um comunicado da embaixada americana em Moscovo exigindo a libertação de Alexei Navalny, divulgado na véspera de manifestações de apoio ao opositor russo.
© Getty Images
Mundo Navalny
Nesse comunicado, publicado na página oficial, a representação diplomática dos Estados Unidos na capital russa apelava aos cidadãos americanos para não participarem nas manifestações de apoio ao opositor, em prisão preventiva desde o passado domingo, dando indicação precisa dos locais onde estas iam ocorrer.
Essa divulgação "constitui, indiretamente, uma ingerência absoluta nos assuntos internos" russos, reagiu hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista à televisão pública, citada pela agência francesa AFP.
"Isso constitui um apoio direto à infração da lei da Federação Russa, apoiando ações não autorizadas", afirmou.
Se uma embaixada russa tivesse feito o mesmo em território norte-americano, "tal teria seguramente provocado uma espécie de mal-estar em Washington", acredita.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo já tinha, em comunicado, denunciado o comportamento da embaixada dos EUA, adiantando que esta será chamada para uma "conversa séria".
Em comunicado, a nova Administração dos Estados Unidos, liderada pelo Presidente Joe Biden, condenou "o recurso [por parte das autoridades russas] a métodos violentos contra os manifestantes e jornalistas" nos protestos deste sábado.
As forças de segurança russas detiveram mais de 3.500 pessoas nas manifestações de apoio a Alexei Navalny, que ocorreram em todo o país. Perto de duas mil foram detidas em Moscovo e São Petersburgo, segunda cidade do país.
Antes das manifestações, a polícia russa já havia detido líderes aliados de Alexei Navalny, dois dos quais foram condenados a curtas penas de prisão.
Alexei Navalny foi detido no dia 17 de janeiro, ao voltar à Rússia depois de cinco meses de convalescença na Alemanha devido a um envenenamento, acusado de ter violado, ao sair do país, a liberdade condicional, relacionada com outro processo na justiça russa.
Navalny vai permanecer em prisão preventiva até, pelo menos, 15 de fevereiro.
Vários instituições e países já apelaram à libertação imediata do opositor russo.
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