Milhares de crianças trabalham na Jordânia após encerramento das escolas
O encerramento das escolas da Jordânia por quase um ano, devido à pandemia de covid-19, levou milhares de crianças a trabalhar, segundo dados das organizações não governamentais (ONG) locais, citados pela AFP.
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Mundo Covid-19
O diretor da 'ONG Jordanian Labor Obervatory', Ahmad Awad, estimou que milhares de crianças começaram a trabalhar desde o início da pandemia, situação que deve "aumentar consideravelmente".
Por sua vez, a coordenadora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na Jordânia, Farida Khan, assegurou que as famílias mais pobres estão a sofrer com a falta de educação presencial.
"A maioria das famílias com baixa escolaridade não consegue ajudar os seus filhos com o ensino à distância", referiu, sublinhando que apenas 31% das crianças em idade escolar têm acesso à internet.
Na Jordânia, pelo menos, 76 mil crianças são obrigadas a trabalhar, segundo dados oficiais de 2016, embora a lei não o permita antes dos 16 anos.
O Governo da Jordânia anunciou, recentemente, a reabertura, dos jardins de infância, ensino básico, bem como das classes terminais em fevereiro.
Os restantes níveis devem voltar a ter aulas em março.
"Assim que as escolas reabrirem, eu volto. Não quero que o novo coronavírus destrua o meu sonho", disse Omar, de 14 anos, à AFP.
Omar trabalha 12 horas por dia, entre as 09:00 e as 21:00, recebendo cerca de 3,40 euros por dia para ajudar a pagar a renda da casa da família de cerca de 150 euros.
"Não temos números precisos, mas estimamos que o número de crianças a trabalhar tenha aumentado com a covid-19. O que é lógico, tendo em conta que a taxa de pobreza está a subir", disse uma representante da Unicef na Jordânia, Tania Chapuisat.
De acordo com os dados oficiais, a taxa de pobreza no país ascendia a 15,7% no outono de 2020.
A Jordânia já registou mais de 317 mil casos de infeção por covid-19 e quatro mil mortes.
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