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General muçulmano bósnio condenado a dez anos de prisão

Um antigo general das forças muçulmanas da Bósnia foi hoje condenado a dez anos de prisão por crimes cometidos pelos 'jihadistas' estrangeiros durante a guerra civil na década de 1990.

General muçulmano bósnio condenado a dez anos de prisão
Notícias ao Minuto

14:39 - 22/01/21 por Lusa

Mundo Tribunal

Sakib Mahmuljin, 68 anos, e na qualidade de responsável hierárquico, foi reconhecido culpado por um tribunal de Sarajevo pela morte de mais de 50 prisioneiros de guerra sérvios na região de Vozuca e Zavidovici, nordeste do país.

Os crimes foram cometidos pela unidade El Mudjahid, constituída por centenas de 'jihadistas' provenientes de países africanos, do Médio Oriente e de alguns países ocidentais.

A unidade também integrava muçulmanos bósnios e integrava o 3.º Corpo da Armija, o exército muçulmano bósnios, comandado por Sakib Mahmuljin.

O acusado "não evitou (...) que fossem cometidos estes crimes de mortes e de tratamentos inumanos" e em "assegurar que os autores desses crimes fossem punidos", indica um comunicado do tribunal.

Na sua qualidade de comandante, foi ainda reconhecido culpado de torturas a diversos civis, feridos e prisioneiros de guerra.

A decisão de hoje constitui uma das raras condenações a antigos altos responsáveis militares das forças bosníacas (muçulmanas) por crimes cometidos durante o conflito interétnico (1992-1995).

De acordo com o procurador, estas factos ocorreram entre julho e outubro de 1995, na sequência de duas ofensivas das forças bosníacas, em particular após a detenção em 11 de setembro de 1995 de 63 soldados das forças sérvias bósnias e três civis.

A identidade dos 'jihadistas' não foi divulgada.

A defesa do acusado argumento que Sakib Mahmuljin "não possuía controlo efetivo sobre a unidade". O veredicto é suscetível de apelo.

A unidade El Mudjahid adquiriu uma sinistra reputação devido aos abusos cometidos contra prisioneiros de guerra sérvios da Bósnia e ainda croatas, antes da aliança militar croato-muçulmana.

A guerra na Bósnia-Herzegovina provocou cerca de 100.000 mortos e dois milhões de refugiados e deslocados, perto de metade da população bósnia nessa época.

A maioria dos combatentes islamitas deixaram o país após a guerra, sob pressão dos Estados Unidos, que no final de 1995 acolheu as negociações de Dayton que impuseram um acordo de paz. No entanto, diversos 'jihadistas' permaneceram após terem obtido nacionalidade bósnia, também através de casamentos com mulheres locais.

Leia Também: Comissão Europeia critica Bósnia por não prestar cuidados a desalojados

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