Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
20º
MIN 12º MÁX 24º

Parlamento Europeu pede "reforço significativo" de sanções contra Rússia

O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje uma resolução em que pede um "reforço significativo" das sanções contra a Rússia, que inclua o "círculo íntimo" do Presidente Vladimir Putin, em resposta à detenção do opositor Alexei Navalny.

Parlamento Europeu pede "reforço significativo" de sanções contra Rússia
Notícias ao Minuto

16:50 - 21/01/21 por Lusa

Mundo Navalny

A resolução -- aprovada com 581 votos a favor, 50 contra e 44 abstenções -- pede um "reforço significativo das medidas restritivas contra a Rússia", que vise os "oligarcas russos ligados ao regime, membros do círculo íntimo do Presidente Putin e propagandistas dos 'media' que possuam bens na UE" e que possam viajar para o espaço europeu.

Os eurodeputados defendem ainda que, além das sanções aos responsáveis pelo envenenamento do opositor russo, Alexei Navalny, a União Europeia (UE) deve adotar medidas contra "os indivíduos e as entidades legais" ligados à sua detenção.

A resolução hoje adotada surge após um debate sobre o mesmo assunto na terça-feira no PE, que contou com a participação do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.

Na altura, os eurodeputados defenderam que os 27 Estados-membros não podem hesitar em utilizar o seu novo regime global de sanções em matéria de direitos humanos.

A assembleia exigiu ainda às autoridades russas a libertação imediata do ativista anticorrupção e político da oposição russa, afirmando que a sua detenção e o modo como decorreu são contrárias à lei internacional e à Constituição Russa.

Alguns dos membros do Parlamento Europeu consideraram ainda que a UE pode ir mais longe na retaliação às ações de Moscovo, apelando, nomeadamente, ao cancelamento definitivo dos trabalhos no gasoduto Nord Stream 2, como forma de aplicar sanções económicas adequadas ao governo russo.

Na resolução hoje aprovada, os eurodeputados voltam a reforçar esta posição, apelando "à paragem imediata da construção do gasoduto controverso" e referindo que a "UE deve deixar de acolher fortunas russas de origem duvidosa".

A aprovação da resolução surge, após, a 27 de novembro de 2020, Alexei Navalny ter apelado, durante uma sessão de audiências na Comissão dos Assuntos Externos do PE, a que a UE começasse a sancionar responsáveis russos, propondo uma "nova estratégia para lidar" com a Rússia.

"A UE tem de visar o dinheiro e, por isso, os oligarcas russos. (...) Enquanto o iate mais caro do Sr. Usmanov [um oligarca russo] continuar estacionado em Barcelona ou em Málaga, ninguém na Rússia, ou mesmo no Kremlin, irá levar a sério as sanções da UE, porque pensam que a Europa tem medo de aplicar sanções que visem o verdadeiro dinheiro", tinha afirmado Navalny na altura.

Os serviços prisionais russos (FSIN) detiveram no domingo o opositor Alexei Navalny à chegada a Moscovo, acusando-o de ter violado os termos de uma pena de prisão suspensa a que foi condenado em 2014.

Num comunicado, o FSIN anunciou que Alexei Navalny, que regressou no domingo à Rússia após vários meses em convalescença na Alemanha após um alegado envenenamento com um agente neurotóxico, "permanecerá detido até à decisão do tribunal" sobre o seu caso, sem especificar uma data.

Principal figura da oposição ao Kremlin (Presidência russa), Navalny foi interpelado pela polícia à chegada ao aeroporto Cheremetievo de Moscovo, quando ia passar pelo controlo de passaportes.

O líder da oposição regressou à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas demonstraram que esteve exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.

As autoridades russas têm rejeitado todas as acusações de envolvimento no envenenamento.

Leia Também: Moscovo retalia com sucesso de inquérito anticorrupção de Navalny

Recomendados para si

;
Campo obrigatório