Proibida no Mali manifestação contra a presença militar francesa
As autoridades do Mali proibiram, alegando razões de saúde, uma manifestação marcada para hoje à tarde, em Bamako, contra a presença da força militar francesa no país.
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Mundo Mali
A manifestação, prevista para o Monumento à Independência, um local de encontro tradicional no centro da capital maliana, "não é permitida devido às medidas anti-covid-19", disse o governador de Bamako, Daniel Dembélé, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Os líderes do coletivo de organizações da sociedade civil, partidos políticos e ativistas que tinham convocado a manifestação estão reunidos para definir nova estratégia.
A França, presente militarmente no Mali desde 2013, mobiliza 5.100 soldados na operação "Barkhane", de luta contra o terrorismo na região do Sahel.
Esta presença militar tem sido contestada nas redes sociais e por personalidades e movimentos da sociedade civil durante manifestações episódicas em Bamako.
Vários líderes da manifestação planeada para hoje são membros do Conselho Nacional de Transição, o órgão legislativo instituído após o golpe militar de 18 de agosto de 2020 e encarregado de promover a transição do poder para os civis no prazo de 18 meses.
A transição continua a ser dominada pelos militares, que desde o início têm afirmado o seu empenho na cooperação militar com a França.
"Gostaria de renovar a gratidão do nosso país à comunidade internacional cujos exércitos estão ao nosso lado e cujos soldados estão a arriscar as suas vidas pela libertação do nosso país", disse o presidente do governo de transição, Bah Ndaw, na terça-feira à noite por ocasião do 60.º aniversário do exército do Mali.
A manifestação dos opositores à presença francesa foi marcada numa altura em que Paris se prepara para "ajustar" o seu esforço militar no Sahel, de acordo com as palavras do Presidente, Emmanuel Macron, entendido como prenúncio de uma redução das tropas na operação "Barkhane".
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