Uigures. China diz que acusações dos EUA são "mentiras absurdas"

A China qualificou hoje de "mentiras absurdas e vergonhosas" as acusações do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de que Pequim "está a cometer genocídio" contra os muçulmanos uigures na região chinesa de Xinjiang.

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Lusa
20/01/2021 10:35 ‧ 20/01/2021 por Lusa

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Essa qualificação "é apenas um pedaço de papel aos nossos olhos", disse aos jornalistas Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, horas antes do fim do mandato do Governo do Presidente norte-americano Donald Trump.

"Nos últimos anos, Mike Pompeo propagou inúmeras mentiras e ideias perniciosas. Esta acusação de um suposto (genocídio) é apenas uma das suas mentiras absurdas e flagrantes", denunciou a porta-voz.

De acordo com especialistas estrangeiros, mais de um milhão de uigures estão ou foram detidos em campos de reeducação política em Xinjiang (noroeste), uma região sob estreita vigilância das forças de segurança chinesas.

Pequim diz que são centros de treinamento vocacional, destinados a dar-lhes empregos e mantê-los longe do extremismo, após uma série de ataques terroristas atribuídos a separatistas uigures e islâmicos.

Investigações realizadas por institutos norte-americanos, baseados em interpretações de documentos oficiais chineses, testemunhos, entre outros, também acusam a China de esterilizações e trabalhos forçados contra uigures.

"Penso que esse genocídio ainda está a acontecer e que estamos a testemunhar uma tentativa sistemática de destruir os uigures por parte do partido-Estado chinês", disse Mike Pompeo, num comunicado divulgado na terça-feira.

Pompeo também se referiu a "crimes contra a humanidade" cometidos "desde pelo menos março de 2017" pelas autoridades chinesas contra uigures e "outros membros de minorias étnicas e religiosas em Xinjiang".

Essa posição dos EUA, no final de um processo judicial interno no Departamento de Estado, abre caminho para novas sanções norte-americanas contra a China.

Um genocídio consiste na destruição total ou parcial de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

Jornalistas estrangeiros podem visitar Xinjiang, mas são seguidos de perto pelas autoridades locais. Portanto, é difícil para estes confirmarem ou negarem as acusações relacionadas ao tratamento dado aos uigures.

A China foi atingida nas últimas décadas por vários ataques atribuídos a rebeldes uigures.

O ano de 2014 foi marcado principalmente por um ataque com faca (31 mortos) na estação de Kunming (sudoeste do país) e outro ataque com recurso a explosivos (39 mortos) contra um mercado em Urumqi, capital de Xinjiang.

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