Israel lança concurso para construção de 2.500 habitações nos colonatos
O governo israelita lançou um concurso público para a atribuição de licenças de construção de mais de 2.500 habitações nos colonatos israelitas na véspera da tomada de posse de Joe Biden na Casa Branca, alertou na terça-feira a ONG Paz Agora.
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Mundo Israel
De acordo com um comunicado da organização não-governamental Paz Agora, o governo de Israel fez na terça-feira o anúncio do concurso público para a atribuição de licenças de construção de um total de 2.572 novas habitações situadas em colonatos.
Deste total, 2.112 serão construídas na Cisjordânia e mais 460 em Jerusalém Oriental, a parte leste da Cidade Santa anexada por Israel, que os palestinianos esperam fazer dela a capital de um futuro estado.
Na semana passada, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que está em campanha para as eleições legislativas de 23 de março, anunciou a construção de 780 novas habitações em assentamentos na Cisjordânia, medida que foi, em particular, contestada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Mas, na terça-feira, as autoridades israelitas publicaram editais do concurso para atribuição das licenças de construção.
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está a tentar "expandir os assentamentos tanto quanto possível e até ao último minuto, antes da mudança de governo em Washington", lamentou a ONG no comunicado.
E prossegue: "Netanyahu sinaliza ao futuro presidente (Joe Biden) que não pretende sequer dar um único minuto de graça a um novo capítulo nas relações entre os Estados Unidos e Israel", nem tentar "resolver o conflito com os palestinianos".
O democrata Joe Biden, que sucederá hoje ao republicano Donald Trump nas funções de presidente da principal potência mundial, vê com maus olhos a expansão dos assentamentos israelitas, que a ONU considera um obstáculo à resolução do conflito israelo-palestino.
Desde 2009, quando Benjamin Netanyahu regressou ao poder em Israel, que a população nos colonatos israelitas na Cisjordânia aumentou em 50%, segundo dados das autoridades israelitas.
O que se tem passado é que os concursos públicos para atribuição licenças de construção "tem aumentado" nos últimos anos, salienta a ONG Paz Agora.
Atualmente, mais de 450.000 pessoas, metade das quais têm menos de 18 anos, vivem em assentamentos na Cisjordânia, território que foi ocupado pelos militares israelitas, e que se situa lado a lado com uma região onde vivem 2,8 milhões de palestinianos.
A ONU alertou para o facto de os assentamentos serem contrários ao direito internacional.
Mas o governo de Donald Trump disse, em 2019, que os Estados Unidos não consideravam a partir daquela altura que os assentamentos fossem contrários ao direito internacional.
Esta mudança de política levou a que Mike Pompeo visitasse em novembro do ano passado um assentamento na Cisjordânia, a primeira vez que um chefe da diplomacia norte-americana o fez.
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