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RCA. Partidos da oposição rejeitam reeleição do Presidente

A coligação de 15 partidos da oposição na República Centro-Africana (RCA) rejeitou hoje, em comunicado, a reeleição do Presidente Faustin Archange Touadéra, proclamada pelo Tribunal Constitucional.

RCA. Partidos da oposição rejeitam reeleição do Presidente
Notícias ao Minuto

16:56 - 19/01/21 por Lusa

Mundo RCA

O chefe de Estado da RCA foi reeleito com 53,16% dos votos, numas eleições em que só 35,25% dos eleitores votou.

Dois em cada três eleitores recenseados não puderam votar nas presidenciais e legislativas de 27 de dezembro, devido à insegurança.

Os grupos armados mais poderosos, que controlam dois terços do território, lançaram uma nova ofensiva uma semana antes das eleições.

A coligação da oposição democrática (COD-2020) disse que não reconhece a reeleição de Touadéra, "declarado vencedor, com apenas 17% do eleitorado" e denunciou "inúmeras fraudes e irregularidades".

"As eleições agrupadas de 27 de dezembro de 2020 não passam de uma farsa e não refletem de forma alguma a expressão da vontade do povo centro-africano", acrescentou.

Os candidatos da oposição tinham apresentado vários recursos ao Tribunal Constitucional para contestar os resultados eleitorais.

Mas o tribunal anulou ou corrigiu os resultados de algumas mesas de voto, por irregularidades, e decidiu esta segunda-feira que "dada a dimensão da discrepância de votos", o seu impacto "não poderia inverter os resultados".

O tribunal também indeferiu vários recursos, com o fundamento de que os requerentes "não tinham produzido qualquer prova irrefutável".

"O Tribunal Constitucional, em vez de declarar a lei, tomou uma decisão com base em motivações políticas", denunciaram hoje os membros do COD-2020.

"As inúmeras fraudes e irregularidades que mancharam estas eleições, para as quais a oposição forneceu provas, foram ignoradas pelo Tribunal Constitucional", acrescentaram.

"Em vez de reconciliar os centro-africanos, as eleições presidenciais e legislativas polarizaram ainda mais o cenário político e a sociedade centro-africana", disse Hans de Marie Heungoup, analista da África Central do Grupo Internacional de Crise (ICG), à agência de notícias francesa AFP.

Isto no mesmo dia em que altos representantes de União Africana, CEEAC, Nações Unidas e da União Europeia apelaram ao diálogo e respeito pela decisão do Tribunal Constitucional do país, que validou os resultados das eleições presidenciais de 27 de dezembro.

Esta segunda-feira, após a sua reeleição ter sido validada pelo Tribunal Constitucional do país, o Presidente da República Centro-Africana (RCA), Faustin Archange Touadéra, apelou à reconciliação nacional e disse estar disposto a estender a mão à oposição democrática, num discurso à nação.

Em 17 de dezembro, seis dos grupos armados rebeldes que ocupam dois terços da RCA aliaram-se na Coligação de Patriotas para a Mudança (CPC).

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então Presidente François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.

Portugal tem atualmente na RCA 243 militares, dos quais 188 integram a Minusca, a missão das Nações Unidas na RCA, e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada por Portugal, pelo brigadeiro general Neves de Abreu, até setembro de 2021.

Na última segunda-feira, a missão da ONU anunciou a morte de mais dois militares no país, elevando para sete o número de 'capacetes azuis' mortos desde a formação da CPC.

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