Itália: Conte renova no Senado pedido de apoio ao seu governo
O primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, renovou hoje no Senado o pedido de apoio ao seu governo que fez na segunda-feira na Câmara dos Deputados, cujo voto de confiança conseguiu.
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Mundo Itália
Apelou assim às forças europeístas para lhe permitirem continuar a governar após a "irresponsável" crise criada com a saída da coligação governamental da formação Itália Viva, de Matteo Renzi.
Num discurso interrompido por protestos da oposição e aplausos dos apoiantes, Conte sublinhou que "os números são importantes, mas a qualidade do projeto político ainda é mais".
O primeiro-ministro não terá a maioria absoluta de 161 votos no Senado, mas a Constituição permite que continue à frente do executivo com uma maioria simples.
Como no dia anterior frente aos deputados, Conte enumerou as conquistas do seu governo e as necessidades decorrentes da pandemia da covid-19, assegurando que para continuar precisa do apoio "de forças parlamentares dispostas, conscientes das dificuldades que (a Itália) atravessa e da sensibilidade das tarefas, (...) homens e mulheres capazes de fugir do egoísmo e afastar a tentação de procurar o lucro pessoal".
"A todos que têm no coração o destino de Itália, peço-lhe hoje: Ajudem-nos", declarou Conte, reiterando o apelo de segunda-feira.
Após o debate, Conte voltará a falar durante a tarde e a votação deverá ocorrer por volta das 21:00 locais (20:00 em Lisboa).
Na votação na câmara baixa, o governo contou com os votos de 321 deputados dos 316 necessários para obter a maioria, mais concretamente os do Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema), do Partido Democrático (PD, social-democrata), do partido de esquerda Livres e Iguais e do grupo misto.
Na votação, abstiveram-se 27 deputados, na sua maioria do partido liberal Itália Viva, e 259 dos partidos de direita Liga, Irmãos de Itália e Força Itália votaram contra.
Após semanas de críticas ao governo de Giuseppe Conte, nomeadamente sobre a gestão da pandemia e o programa de estímulo para aplicar mais de 200 mil milhões de euros a disponibilizar pela União Europeia (UE) no quadro do relançamento económico e do combate à crise sanitária, Matteo Renzi abriu uma crise política.
O abandono da coligação por parte da Itália Viva levou à demissão das duas ministras desta formação e deixou o primeiro-ministro Giuseppe sem a maioria no Senado.
Terceira economia da zona euro e o primeiro país europeu a ser atingido duramente pela epidemia, Itália enfrenta a sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
Uma crise governamental poderá ainda dificultar a aprovação de um novo plano de ajudas públicas de vários milhares de milhões de euros para apoiar os setores mais afetados pelos confinamentos para travar a progressão do novo coronavírus.
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