Ativista argelina em greve de fome condenada a 18 meses de prisão
Uma ativista argelina, detida e em greve de fome desde 3 de janeiro, foi hoje condenada a 18 meses de prisão efetiva, indicou uma associação de apoio aos detidos.
© Reuters
Mundo Argélia
Dalila Touat, conhecida por se apresentar como a porta-voz dos desempregados de Mostaganem "foi condenada a 18 meses de prisão efetiva e a uma multa", precisou no Facebook o Comité nacional para a libertação dos detidos (CNLD).
No decurso do processo que decorreu em 11 de janeiro, o procurador tinha pedido uma pena de dois anos de prisão efetiva e uma multa de 300.000 dinares (1.800 euros).
Militante do 'Hirak', o movimento de protesto popular anti-regime, Touat está acusada de "ultraje, difamações e publicações que atentam contra a ordem pública", segundo a mesma fonte.
Num segundo caso, Touat foi condenada em novembro pelo mesmo tribunal, de Mostaganem (noroeste), a dois anos de prisão efetiva, mas o mandado de detenção não foi pronunciado.
A ativista foi acusada de ter incitado ao não voto durante o referendo sobre a reforma constitucional que decorreu em 01 de novembro, e de "ultraje a funcionária no exercício das suas funções", segundo o CNLD.
"Dalila Touat foi detida durante o regime de Bouteflika [ex-presidente deposto], ei-la de novo presa na 'nova Argélia', pomposamente apresentada como a das liberdades" pelo Presidente Abdelmadjid Tebboune, reagiu Saïd Salhi, vice-presidente da Liga Argelina dos direitos humanos (LADDH).
"Este veredicto confirma a tentação liberticida do poder, endurece as penas, acentua a repressão para silenciar o 'Hirak' e qualquer voz discordante", declarou, citado pela agência noticiosa AFP.
Chems Eddine Laalami, uma outra figura do 'Hirak' detido com o seu irmão desde 09 de setembro, viu hoje prolongada a sua permanência na prisão pelo tribunal de Bordj Bou Arreridj, a sudeste de Argel.
Laalami tinha já sido condenado a um total de três anos de prisão efetiva durante um anterior processo.
O dia de hoje foi assinalado por numerosos protestos de ativistas do 'Hirak', com o procurador de Béjaia (nordeste) a pedir o agravamento das penas pronunciadas em primeira instância contra três militantes, incluindo o blogger Merzoug Touati, segundo o CNLD.
Em contrapartida, o defensor dos direitos humanos Kaddour Chouicha, a sua mulher jornalista Jamila Loukil e 12 coacusados foram libertados em Oran (noroeste).
Segundo o CNLD, cerca de 80 pessoas estão atualmente detidas na Argélia em ligação com os protestos do 'Hirak' e/ou as liberdades individuais. Perto de 90% dos processos relacionam-se com publicações nas redes sociais críticas face às autoridades no poder.
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