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Navalny pede aos russos para "saírem à rua" em protetso contra o poder

O opositor Alexei Navalny apelou hoje ao povo russo para "sair à rua" para protestar contra o poder, num pequeno vídeo divulgado minutos antes de a justiça da Rússia ter decidido mantê-lo detido até 15 de fevereiro.

Navalny pede aos russos para "saírem à rua" em protetso contra o poder
Notícias ao Minuto

15:20 - 18/01/21 por Lusa

Mundo Rússia

"O que esses bandidos [no poder] mais temem, vocês sabem-no, é que as pessoas vão para a rua [...]. Então, não tenham medo, vão para a rua, não por mim, mas por vocês mesmos, pelo vosso futuro", disse Navalny no vídeo, filmado num tribunal improvisado numa esquadra da polícia de Khimki, nos subúrbios de Moscovo, e colocado depois nas redes sociais.

Hoje, a justiça russa decidiu sentenciar Navalny a 30 dias de prisão preventiva.

"Impuseram-me 30 dias de prisão preventiva, até 15 de fevereiro de 2021", escreveu Navalny na sua conta na rede social Twitter.

A decisão da justiça russa foi anunciada no final de uma audiência com caráter de urgência na esquadra a polícia onde Navalny está detido.

Os advogados do opositor russo só puderam reunir-se com Navalny para examinar o processo pouco depois do início da audiência.

Largamente ignorado pela imprensa nacional russa, Navalny continua como a principal voz da oposição graças a uma vasta audiência nas redes sociais.

Antes da decisão, ao apresentar-se perante o juiz, Navalny afirmou que a sua detenção constitui a "maior ilegalidade" pela qual já passou.

"Não percebo o que está a acontecer. Já vi muitas paródias à Justiça (...), mas esta é a maior ilegalidade", disse Navalny num vídeo divulgado na rede social Twitter pela sua porta-voz, Kira Iarmych.

Ativista anticorrupção carismático e inimigo reconhecido do Kremlin, Navalny, de 44 anos, acusa o Presidente, Vladimir Putin, de ter ordenado o seu assassínio com um agente neurotóxico de uso militar, o que a Rússia nega.

Navalny sobreviveu à tentativa de envenenamento, mas esteve internado durante cinco meses na Alemanha, em tratamento.

No domingo, o opositor voltou a Moscovo, tendo sido imediatamente detido à chegada pelos serviços prisionais russos (FSIN), que o acusaram de ter violado as medidas de controlo judicial ao procurar tratamento no estrangeiro.

Os serviços prisionais avisaram na quinta-feira que Navalny seria detido quando regressasse à Rússia por violar o controlo judicial que lhe foi imposto no âmbito de uma pena de prisão suspensa de cinco anos por peculato, considerada politicamente motivada.

Navalny também se tornou, no final de dezembro, alvo de uma nova investigação de fraude, sendo suspeito de ter gastado 356 milhões de rublos (cerca de 3,9 milhões de euros) de doações para seu uso pessoal.

União Europeia, NATO, ONU, Estados Unidos e várias organizações de direitos humanos já exigiram a libertação imediata do opositor russo.

Leia Também: UE condena detenção e apela a libertação imediata de opositor russo

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