Tribunal Constitucional valida reeleição do Presidente, Faustin Touadéra
O Tribunal Constitucional da República Centro-Africana (rCA) validou hoje a reeleição na primeira volta do Presidente, Faustin Archange Touadéra, com 53,16% dos votos, rejeitando recursos dos opositores que alegavam "fraude eleitoral generalizada".
© Reuters
Mundo RCA
Touadéra tinha sido declarado reeleito em 04 de janeiro após uma votação que foi contestada pela oposição, na qual apenas um em cada dois eleitores recenseados teve a oportunidade de votar por causa da insegurança fora da capital, Bangui, devido a uma ofensiva de grupos armados.
Faustin Archange Touadéra "é proclamado reeleito Presidente da República na primeira volta das eleições de 27 de dezembro", declarou a juíza presidente do Tribunal Constituional, Danièle Darlan.
No entanto, o Tribunal validou a taxa de participação eleitoral em 35,25%, muito abaixo dos 76,31% anunciados provisoriamente pela comissão eleitoral a 04 de janeiro.
Além de alegações de "fraude generalizada", os candidatos da oposição fundamentaram os recursos para o Tribunal Constitucional também com a baixa participação nas eleições.
O tribunal rejeitou todos os pedidos de anulação do escrutínio apresentados por 13 dos 16 candidatos opositores.
Uma coligação de partidos da oposição pediu, entretanto, à ONU que investigue o seu representante naquele país, acusado de apoiar o Presidente recém-eleito, Faustin Archange Touadéra, numa carta enviada, durante o fim de semana, ao secretário-geral das Nações Unidas.
De acordo com a Coligação da Oposição Democrática (COD2020), citada pela Agência France-Presse (AFP), "uma investigação é necessária" contra o representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana (RCA), Mankeur Ndiaye, que acusa, sem apresentar provas, de ter apoiado "ostensivamente a candidatura" de Touadéra, "permitindo-lhe fazer de tudo para assegurar a vitória à primeira volta nas eleições de 27 de dezembro de 2020".
Numa publicação partilhada no Twitter, o porta-voz da missão das Nações Unidas na RCA, Vladimir Monteiro, disse que Mankeur Ndiaue "continua concentrado na sua missão (...) com o apoio total e sem reservas da comunidade internacional".
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
Portugal tem atualmente na RCA 243 militares, dos quais 188 integram a Minusca (missão da ONU na RCA) e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada por Portugal, pelo brigadeiro general Neves de Abreu, até setembro de 2021.
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