Prepara vários pratos e conserva-os no frigorífico, para que nunca falte comida ao teu marido. Controla o teu peso dedicando-te às tarefas domésticas. Assegura-te que tens roupa suficiente para a tua família preparada, caso passes muito tempo no hospital.
Estes são os conselhos que compunham um guia para mulheres grávidas, criado na Coreia do Sul, em 2019, e que passou despercebido... por apenas uma semana - e que ganha agora outra vez visibilidade na imprensa internacional.
Obra do Centro de Informação Sobre a Gravidez e o Parto, que pertence ao governo, o manual foi alvo de várias críticas e uma petição foi imediatamente criada para que fosse revisto, refere o La Vanguardia.
As autoridades do departamento de saúde de Seul assumiram a sua responsabilidade por não terem revisto o conteúdo "mais detalhadamente". E garantiram também que iriam investir na formação dos seus funcionários para temas como a igualdade entre homens e mulheres.
Para vários peritos, o manual em causa foi uma oportunidade perdida para realmente dar conselhos úteis às mulheres gestantes.
Numa altura em que o movimento feminista #MeToo ganhava destaque, muitos consideram que este passo em falso apenas prejudica a imagem do país, que apresar de ser um dos mais evoluídos do mundo a nível económico, continua a ser bastante machista e autoritário no que diz respeito aos valores da família e ao papel da mulher.
O manual foi entretanto alterado, mas foram apenas eliminados os pontos mais controversos.
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