Direita pede demissão do governo de Conte após perda de apoio de Renzi
Os partidos da direita italiana defenderam hoje a demissão do Governo de Giuseppe Conte, depois de este ter perdido o apoio da formação liderada por Matteo Renzi e que integra a coligação governamental.
© Reuters
Mundo Itália
Em comunicado conjunto, os partidos Forza Italia, de Silvio Berlusconi, Liga Norte, de Matteo Salvini, e Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni, apelaram ao Presidente Sergio Mattarella para que seja encontrada uma "solução rápida" para a crise política, rejeitando apoiar um Governo de esquerda.
"Pedimos ao chefe de Governo que tome nota da crise e se demita imediatamente ou, em caso contrário, que se submeta a um voto de confiança amanhã [quinta-feira] no Parlamento", refere o comunicado, divulgado após uma reunião conjunta das forças políticas.
Caso perca a votação, adiantam os três partidos de direita, "a única alternativa é a das eleições".
Numa conferência de imprensa, o presidente do Itália Viva, o antigo primeiro-ministro Matteo Renzi, anunciou hoje a demissão das ministras da Agricultura, Teresa Bellanova, e da Família, Elena Bonetti.
Renzi tem criticado a gestão, que considera "solitária", da pandemia e discorda do plano idealizado por Giuseppe Conte para absorver e aplicar os mais de 200 mil milhões de euros que a União Europeia (UE) deverá disponibilizar em breve no quadro do relançamento económico e do combate à crise sanitária.
A discórdia levou o Governo de Conte a aprovar terça-feira, em Conselho de Ministros, uma nova versão do plano, em que as duas ministras do Itália Viva se abstiveram.
A coligação de Governo integra ainda o Movimento Cinco Estrelas e o Partido Democrata.
As últimas sondagens em Itália dão uma maioria à coligação dos três partidos de direita.
No comunicado hoje divulgado, os partidos de direita defendem que "é preciso atuar rápido", pois o país "não pode estar pendente de discussões, jogos e acusações recíprocas entre os partidos de Governo".
Sem os 18 senadores da Itália Viva, Conte precisará de novos apoios no Senado, enquanto na câmara baixa a sua maioria é suficiente.
Conte esteve reunido hoje a seu pedido com o chefe de Estado.
As demissões surgem numa altura em que Itália está a ser atingida fortemente pela pandemia de covid-19, tendo hoje ultrapassado as 80 mil mortes em mais de 2,3 milhões de casos de contágio desde o início da crise sanitária, em fevereiro de 2020, tendo o Governo anunciado hoje, paralelamente, a prorrogação do estado de emergência no país até 30 de abril.
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