Os assessores do líder da maioria republicana disseram aos assessores do líder da minoria democrata, Chuck Schumer, que McConnell não aceitará convocar uma sessão de emergência do Senado para iniciar o julgamento político de Trump, acusado de "incitação a insurreição", num processo de destituição que está a ser discutido na Câmara de Representantes.
Essa decisão da maioria republicana significa que o Senado não deverá reunir antes de 19 de janeiro, véspera da cerimónia de tomada de posse de Biden, impedindo que o julgamento político de Trump se realize antes da mudança de poder na Casa Branca.
Se a Câmara de Representantes aprovar o 'impeachment' de Trump, como tudo indica que acontecerá, por causa da sua maioria democrata, o processo transitará para o Senado, que precisará de aprovar a destituição do Presidente por 2/3 de votos, para efetivar a sua remoção do cargo.
Com a decisão de McConnell, o julgamento político já não permitirá que o seu resultado tenha efeito sobre o mandato de Trump, que sai da Casa Branca em 20 de janeiro, embora possa ser realizado já com o Presidente cessante fora de exercício, tendo o efeito de impedir que ele se possa voltar a candidatar ao cargo.
McConnell afastou-se subitamente do Presidente, dizendo que acredita que Trump cometeu crimes passíveis de um processo de destituição, contudo, agora o líder da maioria republicana no Senado quer adiar o processo até depois da tomada de posse de Biden.
A Câmara de Representantes dos EUA iniciou hoje a discussão e vai votar de seguida a instauração de um processo de destituição ao Presidente Donald Trump, acusado de ter incitado um ataque ao Capitólio na passada quarta-feira.
Este procedimento segue-se a um pedido formal, discutido na terça-feira à noite, para que o vice-Presidente invocasse a 25.ª emenda da Constituição para retirar poderes a Trump, invocando os riscos da sua manutenção no cargo para a segurança do país, que Mike Pence recusou, alegando que não serve os interesses do país.
O artigo para o novo processo de 'impeachment' de Donald Trump - que, se vier a ser aprovado, como tudo indica, será o único Presidente a ser alvo de dois processos de destituição durante o mandato -- foi apresentado na Câmara de Representantes, na segunda-feira, acusando o líder republicano de "incitação a insurreição" por ter induzido os seus apoiantes a assaltar o Capitólio, na passada quarta-feira.
Os democratas lutam agora contra o relógio, para conseguir que o artigo de destituição seja aprovado na Câmara e levado a tempo de ser votado no Senado, antes da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden.
A obtenção de uma maioria simples na Câmara de Representantes para iniciar o julgamento político de Trump parece exequível, mas mais difícil será obter a maioria de 2/3 no Senado, ainda controlado pelos republicanos, para conseguir a sua remoção do cargo.