Biden "deve permitir" que justiça dos EUA investigue ação de Trump
A organização Human Rights Watch (HRW) exigiu hoje que o Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, deixe a justiça seguir o seu curso contra o Presidente cessante, Donald Trump, investigando os crimes que ele possa ter cometido.
© Getty Images
Mundo Human Rights Watch
"<span class="nanospell-typo">Biden deve permitir que os procuradores avancem e levem à justiça quaisquer crimes que tenham sido cometidos", disse Kenneth Roth, presidente executivo da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos HRW, em entrevistas às agências noticiosas internacionais AFP e EFE, pouco antes da divulgação do relatório anual da agência.
Roth defende que Biden não deve ceder à tentação de procurar defender Trump em nome da tentativa de unificar o país, mas antes deve deixar que a justiça siga o seu curso, permitindo que as investigações a decorrer contra o Presidente cessante determinem a existência de qualquer crime passível de ser julgado nos tribunais.
"Vimos Trump pronto a pisar a democracia de diferentes formas", explicou Roth, referindo-se em particular ao episódio do ataque ao Capitólio, na passada semana, por apoiantes do Presidente que tentaram impedir a ratificação da contagem dos votos do Colégio Eleitoral.
"O dia 06 de janeiro foi o clímax natural de uma tendência que já dura há quatro anos. (...) É fundamental que os Estados Unidos façam finca-pé e digam: isto não é aceitável", acrescentou o líder da HRW, insistindo na ideia de que o Presidente "não está acima da lei".
Roth considera que Joe Biden, uma vez na Casa Branca, deve evitar a todo o custo "repetir o erro cometido pelo (ex-presidente Barack) Obama, de querer ver o futuro e ignorar o passado", quando desistiu de processar o seu antecessor, George W. Bush, cujo Governo legalizou práticas de tortura alegando a guerra contra o terrorismo lançada após os ataques de 11 de setembro de 2001.
"Obama defendeu a necessidade de ignorar os excessos de tortura de Bush" para preservar a sua agenda legislativa, disse Roth, acrescentando que "há sempre uma justificação para deixar o passado para trás".
Mas, neste momento, aplicar a mesma estratégia "seria um grande erro", disse o presidente da HRW, já que "o que Trump realmente tentou minar foi a ideia de que o Presidente não está acima da lei".
Sobre matérias de direitos humanos, Roth, que preside aos destinos da HRW há quase três décadas, defende que o Governo Trump foi um "desastre" e que Joe Biden terá que fazer mais do que apenas tentar consertar a situação.
"Biden está claramente comprometido com os direitos humanos e a democracia, mas ainda não é clara qual a sua posição em algumas questões críticas", explicou Roth, chamando a atenção para a urgência de regressar a vários tratados internacionais abandonados por Trump.
"O verdadeiro desafio para Biden não é apenas desfazer o dano causado por Trump, mas garantir que outro Trump não faça o mesmo", disse Roth, aconselhando o Presidente eleito a "encontrar uma maneira de ancorar melhor os direitos humanos na política norte-americana, para que eles não possam ser tão facilmente rejeitados pelo Presidente seguinte".
Assim, o líder da HRW pede a Biden para se inspirar em Jimmy Carter, o antigo Presidente dos Estados Unidos (1977-1981) que introduziu os direitos humanos como princípio orientador da política externa americana, o que implicará, por exemplo, retirar a ajuda militar a "regimes abusivos como os da Arábia Saudita, do Egito ou de Israel".
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