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Começou em Itália o maior julgamento anti-máfia em 30 anos

O maior julgamento anti-máfia em Itália dos últimos 30 anos, envolvendo cerca de 350 réus, muitos presumíveis membros da Ndrangheta, a máfia calabresa, iniciou-se hoje no sul do país, constatou a agência France Presse.

Começou em Itália o maior julgamento anti-máfia em 30 anos
Notícias ao Minuto

12:42 - 13/01/21 por Lusa

Mundo Máfia

O "maxi-julgamento" decorre num grande armazém transformado em tribunal em Lazia Terme, cidade da Calábria, sob a liderança do conhecido procurador Nicola Gratteri.

Acusados de associação mafiosa, assassínio e tentativa de assassínio, tráfico de drogas, extorsão, abuso de poder, ocultação e lavagem de dinheiro, mafiosos, mas também polícias, eleitos locais e empresários, passarão pela barra do tribunal, embora sobretudo através de videoconferência devido à pandemia do novo coronavírus.

São igualmente esperados mais de 900 testemunhas e 400 advogados.

No banco dos réus está o líder de clã Luigi Mancuso, que já passou quase 20 anos na prisão, mas também dezenas de outros ligados à organização criminosa com apelidos como: "Lobo", "Gordinho", "Lourinha" e "Cabrinha".

Este julgamento é "um marco na construção de um muro contra as máfias em Itália", disse na véspera da abertura do processo à AFP o procurador Nicola Gratteri, que defende que a Ndrangheta deve ser vista como uma "'holding' do crime".

Quase 60 testemunhas da acusação aceitaram quebrar a 'omertà', a lei do silêncio, para revelar os segredos do clã Mancuso e associados, o que é um facto raro na máfia calabresa, construída sobre os laços de sangue e que pune impiedosamente os "arrependidos".

Pelas suas proporções, este julgamento só é ultrapassado pelo primeiro "maxi-julgamento" de 1986-1987 em Palermo contra a Cosa Nostra siciliana, que condenou 338 acusados. Os juízes Giovani Falcone e Paolo Borsellino foram então assassinados pela máfia.

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