Polémica: Juiz exige tratamento com dióxido de cloro em doente com Covid
Comunidade médica e científica questiona a decisão, que está a causar polémica na Argentina.
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Mundo Argentina
A decisão de um juiz, que autorizou um hospital privado de Buenos Aires a tratar um doente com Covid-19 com dióxodo de cloro, esta a a causar polémica.
A comunidade médica e científica diz-se chocada com a decisão, dado que a substância - considerada tóxica - não é aconselhada, nem autorizada pela autoridade de saúde argentina.
O doente, de 92 anos, morreu esta segunda-feira, pouco tempo depois de se ter dado início ao tratamento. A família considera, contudo, que o óbito não está relacionado com a administração desta substância, afirmando mesmo que esta teve efeitos positivos no combate à doença.
O pedido foi feito a 7 de janeiro depois de a mãe de José María Lorenzo ter morrido vítima da Covid-19. Com medo de perder, também, o padrasto, o homem solicitou o tratamento em causa.
O juiz da vara civil Javier Pico Terreno acolheu o recurso apresentado e determinou que o Sanatório Otamendi e Miroli administrasse ao paciente a substância indicada pelo seu neurocirurgião particular. A clínica tentou recorrer, mas acabou por ter de cumprir a ordem.
Na sentença, o juiz considerou que "a cobertura dos tratamentos indicados não causaria grave prejuízo" para a clínica, e podia evitar "o agravamento das condições de vida" do paciente.
Segundo o jornal Estado de Minas, a decisão foi questionada pela comunidade médica, levantando-se a questão de como é que um juiz pode decidir que tratamento deve usar um médico, sobretudo quando não existe uma evidência científica sobre o mesmo.
"Não é decisão de um magistrado administrar uma medicação que não conhece num paciente, não é o seu papel", advertiu Omar Sued, presidente da Sociedade Argentina de Infecciologia.
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