CEDEAO diz ter "fé" numa transferência de poder no Mali sem atrasos
Uma missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no Mali afirmou hoje não existir, para já, motivo para duvidar que as autoridades vão cumprir o prazo para a transição do poder para os civis.
© Reprodução Facebook / Forças Armadas Portuguesas
Mundo Mali
"Temos fé que a equipa de transição será capaz de completar, no prazo de 18 meses, todas as tarefas que lhe foram confiadas", disse à imprensa o chefe da delegação da CEDEAO, Goodluck Jonathan, com base nas garantias recebidas das autoridades nomeadas pelos militares.
O responsável manifestou confiança, mas também alguma preocupação. "É demasiado cedo para duvidar da equipa de transição", frisou.
O representante acrescentou, no entanto, que "a CEDEAO está muito preocupada" com as recentes acusações de tentativa de desestabilização ou golpe de Estado envolvendo várias personalidades, incluindo o antigo primeiro-ministro, Boubou Cissé, e insiste "que aqueles que nada têm que ver com este rumor ou esta tentativa de desestabilização devem ser libertados o mais depressa possível".
Os militares derrubaram o Presidente, Ibrahim Boubacar Keïta, em 18 de agosto, após meses de protestos no país, há anos a viver grande agitação política e de segurança.
Sob pressão da CEDEAO, os militares comprometeram-se a devolver o poder, no prazo de 18 meses, aos líderes civis eleitos, e a criar órgãos de transição.
"A CEDEAO está um pouco preocupada com o tempo que está a levar", disse Goodluck Jonathan, a propósito da transição, mas "estamos confiantes que os 14 meses restantes serão suficientes para que a equipa de transição realize tudo o que se espera", acrescentou.
No comunicado emitido no final da visita, a CEDEAO constatou a "inadequação" das consultas realizadas pelos militares para a criação dos órgãos de transição, mas também o "progresso" que estes constituem.
Goodluck apelou para que o Conselho Nacional para a Salvação do Povo (CNSP), formado pelos golpistas, seja "formalmente dissolvido".
A CEDEAO pede respeito pelo "período de transição, fixado em 18 meses", salientando que "o processo de transição deve conduzir a eleições credíveis e transparentes".
No final de dezembro, a justiça maliana implicou sete civis suspeitos de conspirar para derrubar as autoridades de transição. Cinco deles foram presos, enquanto Boubou Cissé, último primeiro-ministro do Presidente, Keita, está "num lugar seguro", de acordo com os seus advogados.
No dia seguinte à formação de um Governo de transição, em 05 de outubro, a CEDEAO suspendeu as sanções contra o Mali, incluindo um embargo comercial e financeiro, impostas a 20 de agosto, após o golpe que derrubou o Presidente, Ibrahim Boubacar Keita.
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