O Reino Unido anunciou hoje que vai proibir o comércio de mercadorias relacionadas com o trabalho forçado da minoria muçulmana dos uigures, em Xinjiang, no momento em que escalam as tensões entre o Londres e Pequim e semanas depois de um polémico acordo de princípio sobre investimentos entre a China e a União Europeia, de que os britânicos já não fazem parte.
O chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, disse que a atitude de Pequim face aos uigures é uma "barbárie" que está a ser cometida sob pretexto de combate ao terrorismo e ao radicalismo islâmico.
Em resposta, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, Zhang Jun disse que esta medida de Londres é um ataque "puramente político" e "sem fundamento" e aconselhou a diplomacia britânica a não "interferir nos assuntos internos da China".
Zhang referia-se ao facto de Raab ter criticado o que chamou de "violações inaceitáveis dos direitos humanos", anunciando medidas para proibir as importações e exportações vinculadas ao trabalho forçado dos uigures.
Os uigures são o principal grupo étnico em Xinjiang, uma enorme região no noroeste da China que tem fronteiras comuns com o Afeganistão e com o Paquistão.
De acordo com especialistas estrangeiros, um milhão de uigures foram detidos nos últimos anos em campos de reeducação política, apesar dos desmentidos de Pequim, que afirma tratarem-se de centros de treino vocacional, destinados a manter as pessoas longe da tentação do islamismo radical.
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