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Manifestações exigem justiça 8 anos após assassinato de ativistas curdas

Vários milhares de pessoas marcharam hoje em diferentes cidades francesas para prestar homenagem às três ativistas curdas assassinadas em 2013 no coração de Paris, e para exigir justiça neste caso, que nunca foi julgado.

Manifestações exigem justiça 8 anos após assassinato de ativistas curdas
Notícias ao Minuto

19:19 - 09/01/21 por Lusa

Mundo França

Em Paris, a marcha decorreu calmamente, atrás de grandes bandeiras com os nomes das três mulheres, desde a estação da Gare do Norte até à Praça da República.

Sakine Cansiz, de 54 anos, uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Fidan Dogan, 28, e Leyla Saylemez, 24, foram mortas a 09 de janeiro de 2013, com várias balas na cabeça.

Os manifestantes acusaram os serviços secretos turcos, do MIT, e o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de estarem por detrás deste assassinato.

"Terrorista Erdogan", "Stop Erdogan" gritavam os manifestantes hoje, entre os quais se encontravam ativistas feministas e vários políticos de esquerda.

"Denunciamos um assassinato político e também um feminicídio. Erdogan e o seu pequeno grupo vieram para limpar e estão a tentar fazer-nos esquecer este crime inaceitável que aconteceu em França", disse à AFP Yekbun Eksen, membro do Conselho Democrático Curdo em França (CDK-F) e organizador da manifestação.

"Viemos aqui para prestar homenagem a mulheres inocentes que agiram em prol da liberdade e da causa curda", disse Celik Birhat, um estudante de direito de 19 anos que participava na manifestação, segundo a agência de notícias francesa AFP.

"Enquanto não houver justiça, vamos manifestar-nos", acrescentou Diyar Dogan, que vem todos os anos à manifestação.

Outras manifestações realizavam-se simultaneamente em várias cidades francesas: 150 pessoas em Bordéus (sudoeste), segundo a polícia, 180 pessoas em Estrasburgo (leste), segundo a câmara, e cerca de 250 pessoas em Marselha (sul), disse um fotógrafo da AFP, apelando ao "fim da impunidade para estes crimes políticos".

"Hoje, o povo curdo também vê que a França não levanta demasiado a sua voz" e "não tem uma posição firme e clara" sobre esta questão, disse Yasine, porta-voz do centro comunitário curdo em Bordéus, que não quis dizer o apelido.

Na quarta-feira, já tinha sido organizada uma marcha branca em Paris em homenagem às três mulheres.

A investigação em França tinha apontado para o "envolvimento" de membros dos serviços secretos turcos neste triplo homicídio, sem nomear os instigadores.

Os meios de comunicação turcos tinham distribuído um documento apresentado como uma "ordem de missão" do MIT para Omer Güney. O único suspeito, este homem de nacionalidade turca, detido em França, morreu na prisão no final de 2016 algumas semanas antes do seu julgamento, pondo fim ao seu processo.

Em maio de 2019, um juiz antiterrorismo francês retomou a investigação sobre a cumplicidade no assassinato.

Assim, foi aberta uma investigação judicial por "cumplicidade em assassinatos relacionados com uma entidade terrorista" e "associação criminosa terrorista".

O MIT tinha oficialmente negado qualquer envolvimento em janeiro de 2014.

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