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HRW pede inquérito sobre centenas de desaparecidos em Tarhuna

A organização Human Rights Watch (HRW) pediu hoje ao Governo de Acordo Nacional (GAN) na Líbia para investigar o desaparecimento de centenas de habitantes da cidade de Tarhuna, onde várias valas comuns foram descobertas desde o verão.

HRW pede inquérito sobre centenas de desaparecidos em Tarhuna
Notícias ao Minuto

12:32 - 07/01/21 por Lusa

Mundo Líbia

A cidade, situada a 80 quilómetros da capital líbia, saiu do anonimato em junho após a descoberta de valas que "horrorizaram" as Nações Unidas.

Restos mortais de cerca de 120 pessoas foram retirados das 27 valas comuns identificadas até agora, precisa a organização de defesa dos direitos humanos no seu 'site', pedindo ao GAN para investigar "o que aconteceu aos moradores desaparecidos".

A primeira descoberta ocorreu no dia seguinte ao da partida das forças do marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste da Líbia, que tentavam desde abril de 2019 conquistar Tripoli, sede do GAN, reconhecido pela ONU.

A cidade passou depois para o controlo das forças pró-governamentais.

"Pelo menos 338 habitantes de Tarhuna desapareceram depois de a milícia local Al-Kani, conhecida como Kaniyat, ter assumido o controlo da cidade em 2015", indicou a HRW.

Habitantes disseram à ONG que aquela milícia aliada de Haftar "raptava, detinha, torturava, matava e frequentemente fazia desaparecer pessoas que a ela se opunham ou que eram suspeitas de o fazer".

As autoridades líbias disseram à HRW que ainda não identificaram os corpos encontrados nas valas.

Elas devem "tomar as medidas apropriadas para identificar os corpos e levar à justiça os responsáveis pelos abusos", declarou Hanan Salah, investigadora da HRW especialista na Líbia.

A milícia Kaniyat e o seu dirigente Mohamed al-Kani foram sancionados em novembro pelas autoridades norte-americanas por terem "torturado e morto civis numa campanha cruel de opressão na Líbia".

As sanções implicam o congelamento dos seus bens nos Estados Unidos e a proibição de os transacionar no sistema bancário norte-americano.

A Líbia mergulhou no caos depois da revolta apoiada pela NATO que derrubou o regime do ditador Muammar Kadhafi em 2011.

O GAN, apoiado pela Turquia, e o marechal Haftar, ajudado pelos Emirados Árabes Unidos e a Rússia, assinaram um acordo de cessar-fogo em outubro.

Em novembro, responsáveis líbios das partes em conflito acordaram a realização de eleições nacionais em dezembro de 2021.

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