Segundo um vídeo que circula nas redes sociais e confirmado pela agência France-Presse, o chefe do Comando Norte etíope disse, durante uma conversa com residentes de Mekele, a capital do Tigray, que "uma força armada estrangeira indesejada entrou no nosso território", enquanto se travavam combates entre o Exército etíope e as forças leais à administração regional.
Na conversa que incidiu sobre a situação de segurança e a restauração dos serviços públicos, e que tem data de finais de dezembro, Belay Seyoum disse que a principal missão do Exército "é salvaguardar a integridade territorial da Etiópia".
O general não disse quantos militares nem quando é que as forças armadas da Eritreia entraram no país, vincando que não concorda com um pedido de ajuda internacional: "A minha consciência não me permite pedir ao Exército eritreu que nos ajude, nós podemos resolver os nossos problemas por nós próprios, não somos incapazes de resolver esta situação".
O Governo etíope proclamou a vitória sobre a região rebelde de Tigray, em 28 de novembro, após pouco mais de três semanas de ofensiva.
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma operação militar contra a Frente de Libertação do Povo do Tigray (TPLF) que enfrenta o governo federal, tendo as tensões aumentado desde o princípio do ano.
Abiy acusa a TPLF de responsabilidade no ataque contra duas bases do Exército Federal da Etiópia na região do Tigray.
Não existe um balanço oficial de vítimas mas segundo o International Crisis Group o conflito já "provocou milhares de mortos".