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Borrell pede à Bósnia que atue na imigração como país aspirante à UE

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa instou hoje a Bósnia-Herzegovina a comportar-se "como um país que aspira" a entrar nos 27, face aos 1.700 imigrantes retidos há vários dias no país sem alojamento adequado.

Borrell pede à Bósnia que atue na imigração como país aspirante à UE
Notícias ao Minuto

19:27 - 05/01/21 por Lusa

Mundo Migrações

"Temos de assegurar que os migrantes que procuram asilo na União Europeia (UE) tenham um tratamento adequado e condições de vida durante todo o processo", escreveu Josep Borrell no seu blogue, lamentando que, "infelizmente", este "não é só um problema na Bósnia-Herzegovina".

O chefe da diplomacia europeia indicou que a UE está disposta a ajudar outros países a alcançar este objetivo, mas salientou que esses Estados "devem assumir as suas responsabilidades" e que, como nação que aspira aderir à União Europeia, "estes princípios devem ser aplicados na Bósnia-Herzegovina".

"O que é particular neste caso é que existe uma instalação totalmente equipada e disponível que não está a ser utilizada", frisou Borrell, referindo-se ao centro de acolhimento em Bira.

"O Conselho de Ministros da Bósnia-Herzegovina tomou a decisão de abrir o centro de Birra por duas vezes, a 21 e a 31 de dezembro. No entanto, as autoridades locais continuam a bloqueá-lo, resistindo à implementação da decisão", sublinhou o chefe da diplomacia europeia.

Embora também se tenha falado em levá-los para Bradina, "devido à disfuncional tomada de decisões na Bósnia-Herzegovina, as autoridades estatais não disponibilizaram qualquer outra solução aos migrantes", lamentou o alto representante.

Já esta semana, a UE anunciou que irá disponibilizar 3,5 milhões de euros para ajuda humanitária aos migrantes, havendo cerca de 800 que estão a dormir ao relento no chão, com neve, pedindo às autoridades locais que lhes dê um teto.

"A situação no cantão de Una Sana é inaceitável", disse, então, Borrell num comunicado, em que também pediu às autoridades para transferir os migrantes para os centros de acolhimento já existentes no país para que se possa ter tempo para que se reconstrua o de Lipa, próximo da fronteira com a Croácia.

O centro, provisório e que já não tinha condições para suportar o inverno, ficou destruído devido a um incêndio ocorrido a 23 de dezembro passado, deixando 900 refugiados sem teto no meio da neve e com temperaturas abaixo de erro durante vários dias.

A tentativa para os transferir para o centro de acolhimento financiado pela UE em Bira, localidade próxima de Lipa, acabou por fracassar devido aos protestos da população local, o que levou as autoridades bósnias a recusar avançar com a mudança.

Paralelamente, saiu também frustrada a tentativa de os instalar num quartel militar abandonado em Kojic, no sudeste do país.

Após os apelos da comunidade internacional, a 01 deste mês, o exército bósnio ergueu tendas de campanha em Lipa para alojar os 900 migrantes, mas a UE estima que outras 800 pessoas, incluindo crianças, continuam a dormir ao relento.

A ajuda de Bruxelas destina-se a proporcionar roupa de inverno, mantas, alimentos, assistência sanitária e psicológica e contribuir para limitar a propagação do novo coronavírus, ao mesmo tempo que a UE exigiu às autoridades bósnias para que tomem soluções a longo prazo.

Estima-se que, dos cerca de 8.000 imigrantes que terão entrado ilegalmente na Bósnia-Herzegovina com o objetivo de cruzar a fronteira para a Croácia e, depois, para outros países da UE, perto de 3.000 estejam dispersos por várias localidades próximas da fronteira com a Croácia, sem condições de vida, alimentos e assistência sanitária.

Segundo a Comissão Europeia (CE), apenas 5.400 refugiados e migrantes estão alojados em centros de acolhimento temporários.

Também hoje, as centenas de refugiados há quatro dias em greve de fome no campo destruído de Lipa, noroeste da Bósnia, para exigir melhores condições de alojamento, aceitaram hoje a alimentação fornecida por organizações humanitárias.

"A boa notícia é que os migrantes bloqueados no antigo campo de Lipa aceitam agora comida", informou na sua conta Twitter Peter van der Auweraert, chefe de gabinete da Organização Internacional para as Migrações (OIM) na Bósnia-Herzegovina.

O responsável indicou que "está a trabalhar-se numa solução para os bloqueados em Lipa", mas alertou que levará algum tempo, "algo que os migrantes não têm, quando vivem em condições de frio e humidade" nessa zona perto da fronteira com a Croácia, por onde tentam entrar na União Europeia.

Leia Também: Borrell acusa Rússia de desinformação para vender a sua vacina

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