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Jornalista etíope da agência Reuters preso em dezembro já foi libertado

O jornalista 'freelancer' etíope que trabalha para a agência noticiosa Reuters, preso a 24 de dezembro em Adis Abeba, foi libertado, anunciou hoje a agência noticiosa canadiana e britânica.

Jornalista etíope da agência Reuters preso em dezembro já foi libertado
Notícias ao Minuto

17:11 - 05/01/21 por Lusa

Mundo Jornalista

Kumerra Gemechu, de 38 anos, que trabalha para a Reuters como operador de câmara 'freelancer' há uma década, foi preso em casa, na Etiópia, "em frente à mulher e aos filhos". O seu telefone, um computador, discos rígidos e documentos foram apreendidos.

"A polícia etíope libertou hoje o operador de câmara da Reuters, Kumerra Gemechu, depois de o ter mantido preso 12 dias sem acusação", afirma a Reuters em comunicado.

Numa breve audiência a 25 de dezembro, um juiz ordenou a detenção de Kumerra por 14 dias para dar tempo à polícia para investigar, mas sem dizer qual o motivo pelo qual o jornalista tinha sido detido.

A polícia tinha dito ao seu advogado, Melkamu Ogo, que estavam a investigar o repórter por "divulgar informações falsas", "comunicar com grupos que lutam contra o governo" e "perturbar a paz e a segurança pública", disse a agência.

"Estamos satisfeitos por Kumerra ter sido libertado e poder juntar-se à sua família. A sua libertação hoje mostra que não fez nada de errado", disse o editor da agência Stephen J. Adler.

Stephen Adler adiantou que a polícia e o Ministério Público não responderam às perguntas da Reuters sobre a prisão e libertação do jornalista.

A Reuters tinha indicado, numa declaração anterior, que não podia determinar se a detenção de Kumerra estava ligada à cobertura do recente conflito na região etíope de Tigray.

O governo etíope lançou uma operação militar na região separatista do norte, a 04 de novembro, para derrubar os líderes do partido separatista locai que desafiaram a sua autoridade durante meses.

A Etiópia, cujo Primeiro Ministro Abiy Ahmed foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 2019, ocupa o 99.º lugar, entre 179 países, no índice de liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) classificou a Etiópia como um dos países do mundo com mais jornalistas presos no seu relatório de 2020.

A ONG salienta que pelo menos sete jornalistas foram presos durante o ano, a maioria deles "acusados de crimes contra o Estado" e com detenção prorrogada várias vezes, sem que fossem apresentadas provas.

"Não abrandaremos os nossos esforços até que Kumerra seja libertado", disse o editor da agência, Stephen J. Adler, na altura em que Kumerra Gemechu foi detido.

Na mesma altura lembrou que um dos seus fotógrafos, Tiksa Negeri, tinha sido espancado por dois polícias em meados de dezembro.

Os aliados da Etiópia, os Estados Unidos, através do secretário de Estado para os Assuntos Africanos, Tibor Nagy, condenaram a detenção do jornalista e, de um modo mais geral, as violações da liberdade de imprensa naquele país.

"A liberdade de imprensa é fundamental para qualquer sociedade democrática. Estou extremamente preocupado com os relatórios regulares de intimidação de jornalistas na Etiópia", disse Nagy tweeted.

"Os jornalistas devem ser capazes de cobrir as notícias no interesse público, sem medo [de serem] ameaçados ou atacados fisicamente, onde quer que estejam", afirmou a organização Repórteres Sem Fronteiras.

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