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Centenas de refugiados sem abrigo na Bósnia terminam greve de fome

As centenas de refugiados há quatro dias em greve de fome no campo destruído de Lipa, noroeste da Bósnia, para exigir melhores condições de alojamento aceitaram hoje a alimentação fornecida por organizações humanitárias.

Centenas de refugiados sem abrigo na Bósnia terminam greve de fome
Notícias ao Minuto

18:12 - 05/01/21 por Lusa

Mundo Refugiados

"A boa notícia é que os migrantes bloqueados no antigo campo de Lipa aceitam agora comida", informou na sua conta Twitter Peter van der Auweraert, chefe de gabinete da Organização Internacional para as Migrações (OIM) na Bósnia-Herzegovina.

O responsável indicou que "está a trabalhar-se numa solução para os bloqueados em Lipa", mas alertou que levará algum tempo, "algo que os migrantes não têm, quando vivem em condições de frio e humidade" nessa zona perto da fronteira com a Croácia, por onde tentam entrar na União Europeia.

Segundo o portal bósnio Faktor, a Cruz Vermelha de Bihac (noroeste) indicou que os refugiados aceitaram hoje os alimentos, rejeitados nos dias anteriores para denunciar a sua situação de abandono em pleno inverno.

O Faktor anunciou ainda que vão ser encerrados alguns estabelecimentos provisórios das redondezas, onde alguns podiam alegadamente comprar comida.

"Estou seguro de que as autoridades farão os possíveis para encerrar esses estabelecimentos, porque vendiam comida para quem tinha dinheiro", declarou Selam Midzic, da Cruz Vermelha local.

Na segunda-feira, Midzic tinha assegurado que muitos migrantes aceitariam a comida, mas que a rejeitavam por receio de represálias de grupos organizados que tentavam garantir um protesto generalizado, e disse recear por confrontos entre os refugiados.

Cerca de 900 migrantes permanecem ao relento no campo provisório de Lipa, destruído por um incêndio em 23 de dezembro.

Na passada sexta-feira o exército bósnio instalou diversas tendas de campanha em Lipa mas as chuvas frequentes adiaram a colocação de camas e contentores que deveriam melhorar as condições de alojamento.

As tentativas das autoridades bósnias, na semana passada, de transferir os migrantes de Lipa para o antigo centro de acolhimento de Birra, na cidade de Bihac que se situa nas proximidades, ou em Bradina (sul), fracassaram devido à oposição da população e dos dirigentes locais.

Nermin Kljajic, ministro do Interior do cantão ocidental bósnio de Una-Sana, com capital de Bihac, considerou os migrantes uma ameaça para a segurança e recusou a sua transferência para esta cidade.

Na Bósnia-Herzegovina têm ocorrido com frequência situações de crise com milhares de refugiados a permanecerem no exterior dos centros de acolhimento.

Calcula-se que mais de 2.500 migrantes, refugiados e requerentes de asilo estão sem abrigo no cantão de Una-Sana, acampando em edifícios abandonados e nos bosques.

Segundo a OIM, nos centros de acolhimento da Bósnia-Herzegovina estão registados cerca de 6.000 refugiados, mas a organização assegura que existe suficiente financiamento internacional para alojar mais de 8.000 pessoas no país balcânico.

Leia Também: ONU anuncia abertura de segundo campo para refugiados etíopes no Sudão

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