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Sudão declara que recuperou 85% do território fronteiriço com a Etiópia
O Exército sudanês declarou hoje que recuperou o controlo de 85% das áreas fronteiriças com a Etiópia que estavam fora do seu controlo e que reforçou a presença nessas zonas, após um aumento da tensão nas últimas semanas.
© Reuters
Mundo Sudão
O vice-chefe de Estado-Maior do Exército sudanês, tenente-general Khaled al Shamy, disse numa declaração à estação de rádio das Forças Armadas que "recuperaram o controlo de 85% das áreas que eram controladas pelas milícias etíopes", com as quais as tropas sudanesas se confrontaram recentemente.
"Não cederemos um centímetro da terra do nosso país até às fronteiras internacionais com a Etiópia", disse, citado pela agência Efe, o general sudanês, que se deslocou à zona fronteiriça de Gadaref.
Khaled al Shamy declarou ainda que o Exército sudanês vai reforçar a presença na fronteira, sublinhando, no entanto, que não faz parte da missão das suas tropas "pretender atacar os outros e agir imparcialmente".
O general acrescentou que as tropas sudanesas "estão a avançar todos os dias para recuperar todas as terras do Sudão das mãos das milícias agressivas etíopes".
Al Shamy esclareceu que o Sudão não quer fazer da Etiópia sua inimiga, mas exerce "o direito legítimo de estender a sua hegemonia sobre as terras sudanesas localizadas dentro da demarcação da fronteira internacional", de acordo com o acordo de 1902.
Nesse ano, o Reino Unido - então uma potência colonial no Sudão - e a Etiópia chegaram a um acordo para traçar as fronteiras, mas sem linhas de demarcação claras nos 1.600 quilómetros de fronteira que partilham.
Fontes militares naquela região do Sudão disseram à Efe que as tropas sudanesas continuam a destacar-se ao longo da faixa fronteiriça com a Etiópia e estão estacionadas nas terras que recuperaram e das quais expulsaram as milícias etíopes.
Em meados de dezembro, o Exército sudanês declarou alerta máximo e enviou reforços para a fronteira, depois de alegadamente ter sido emboscado por milícias etíopes e outras forças, que fizeram quatro mortos e 12 feridos, segundo Cartum.
Por seu lado, o Governo etíope acusa o Exército sudanês de estar a realizar "ataques organizados" no lado etíope da fronteira desde novembro "com metralhadoras pesadas e comboios blindados".
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