Montenegro aprova emenda que defende bens da Igreja Ortodoxa Sérvia
O Parlamento do Montenegro, dominado por forças pró-Sérvia, aprovou hoje, sob protestos de manifestantes e dos membros da oposição, a legislação que trava a nacionalização de bens da Igreja Ortodoxa Sérvia.
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Mundo Montenegro
A emenda à Lei de Liberdade Religiosa foi votada por 41 deputados no Parlamento constituído por 80 parlamentares, numa sessão boicotada pelos membros da oposição ligados ao anterior governo e que apoiavam a nacionalização.
Horas antes da aprovação da nova versão da lei, milhares de pessoas protestaram frente ao Parlamento de Podgorica contra a emenda por considerarem que vai contra o Estado do Montenegro e favorece a Igreja Ortodoxa Sérvia.
"Isto não é a Sérvia" foi uma das palavras de ordem dos manifestantes durante os protestos de hoje de manhã frente ao Parlamento.
O Montenegro está dividido entre aqueles que defendem o estreitar das relações com a Sérvia e os que pretendem reforçar as ligações com o Ocidente e com a Aliança Atlântica.
A coligação conservadora "Pelo Futuro do Montenegro" - que integra a Frente Democrática (FD), nacionalistas sérvios pró-russos, e duas alianças de centro esquerda - venceu as eleições gerais do passado mês de agosto.
Nas legislativas, o Governo do Partido dos Socialistas Democráticos (DPS) foi afastado após 30 anos de poder.
O DPS foi a força política que integrou a pequena república dos Balcãs na NATO e aprovou a lei que previa expropriar as propriedades que pertencem à influente Igreja Ortodoxa Sérvia.
Na versão inicial, a lei, que tinha sido aprovada em 2019, provocou durante vários meses protestos dos manifestantes que viam no texto matéria de discriminação culpando o Executivo de dividir a sociedade montenegrina.
A Igreja Ortodoxa Sérvia é a mais seguida no Montenegro, um país com 62 mil habitantes que alcançou a independência em 2006 do Estado comum que formou com a Sérvia depois da desintegração da Jugoslávia.
A emenda legislativa aprovada hoje é um dos primeiros atos políticos do novo Governo que iniciou o mandato no princípio do mês.
O presidente do Montenegro, Milo Djukanovic, líder do DPS, que perdeu a maioria em agosto tem um prazo de sete meses para aprovar a lei ou devolvê-la ao Parlamento.
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