Sudão envia tropas para zona de confrontos tribais no Darfur

As autoridades sudanesas anunciaram o envio de um "importante" contingente militar para o sul do Darfur após confrontos entre tribos pela posse de nascentes de água e que fizeram 15 mortos de acordo com a agência oficial Suna.

No Sudão, forças de segurança agem contra doentes, médicos e hospitais

© Reuters

Lusa
28/12/2020 09:45 ‧ 28/12/2020 por Lusa

Mundo

Conflito

"O governador do estado do Darfur do Sul, Musa Mahadi, anunciou no domingo, a projeção de um grande número de forças militares para deterem as pessoas implicadas nos confrontos e apreenderem armamento", refere a agência.

"O tempo para as conferências de reconciliação terminou e chegou o tempo para se aplicar a lei", disse Mahdi citado pela Suna.

A agência oficial indica ainda que um dirigente local afirmou que insultos verbais acabaram em confrontos armados entre elementosdas tribos Massalit e Falata, na localidade de Gereida em que morreram dos membros da Falata.

Em represália, os falatas atacaram a localidade causando a morte de 13 massalit e ferimentos em 34 pessoas não tendo sido noticiado o local exato dos confrontos.

Durante os últimos dois anos, a região de Gereida tem sido palco de incidentes violentos entre as duas tribos que já provocaram vários mortos e feridos.

O incidente que foi noticiado hoje é o primeiro depois de uma reunião de reconciliação que decorreu em outubro.

Os acontecimentos ocorreram também a poucos dias do fim da missão de paz conjunta entre a ONU e a União Africana na região sudanesa do Darfur (Minuad) e que termina a 31 de dezembro, após exigência de Cartum.

A missão de paz integra cerca de oito mil militares, polícias e pessoal civil, deslocados na vasta região ocidental do Sudão.

Deacordo com as Nações Unidos, a guerra no Darfur que começou em 2003, entre as forças governamentais e os insurgentes, fizeram nos primeiros anos mais de 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados internos.

Nos últimos anos tem-se verificado um aliviar das tensões violentas mas ocasionalmente ocorrem confrontos por questões de terras e águas entre as tribos nómadas árabes e os agricultores africanos.

Na passada quarta-feira, o ministro sudanês dos Negócios Estrangeiros afirmou que o governo de transição mantém "os esforços para (...) consolidar os alicerces para a reconciliação tribal e lançar as bases para a justiça tradicional e o Estado de Direito".

O governo de transição do Sudão está em funções após ter sido alcançado um acordo entre os militares que ocuparam o poder após a queda do ditador Omarel-Béchir, em abril de 2019, após a pressão das manifestações de contestação contra o regime.

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