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Ex-líder rebelde da Serra Leoa regressa ao país em liberdade condicional

Um antigo líder rebelde da Serra Leoa, que cumpria no Ruanda 25 anos de prisão por crimes de guerra e contra a humanidade, regressou ao seu país em liberdade condicional, foi hoje anunciado.

Ex-líder rebelde da Serra Leoa regressa ao país em liberdade condicional
Notícias ao Minuto

18:26 - 23/12/20 por Lusa

Mundo Serra Leoa

O antigo líder da Frente Unida Revolucionária (RUF), Augustine Gbao, 72 anos, "chegou na terça-feira à sua comunidade de Blama (leste), onde cumprirá o resto da sua sentença sob condições estritas e sob estreita supervisão", disse hoje o Tribunal Especial de Haia para a Serra Leoa numa declaração.

Augustine Gbao foi condenado em 2009, a 25 anos de prisão por crimes de guerra e contra a humanidade, que cumpria a sua pena no Ruanda.

Como parte do acordo para o regresso à Serra Leoa, pediu expressamente desculpa pelos crimes cometidos.

Cerca de 120.000 pessoas morreram e dezenas de milhares foram mutiladas numa década de guerra civil (1991-2001) na Serra Leoa, marcada por todo o tipo de atrocidades.

A RUF governou aterrorizando a população civil através de homicídios em massa, violação em série e mutilação.

Augustine Gbao, apresentado como principal ideólogo do movimento, estava a cumprir a sua pena na prisão de Mpanga, no sul do Ruanda.

Foi transferido para lá em 2009 com outros antigos líderes rebeldes da Serra Leoa, pouco depois de ter sido condenado por atos incluindo terrorismo, extermínio, homicídios, violação e escravatura sexual.

O Tribunal Especial de Haia para a Serra Leoa aceitou o seu pedido de liberdade condicional em setembro, tendo verificado que se tinha "comportado bem" na prisão e mostrado arrependimento.

Contudo, antes de poder regressar a casa, tinha-lhe sido pedido que "se submetesse a uma formação específica centrada na sua compreensão e aceitação da responsabilidade pelos danos que infligiu através dos seus crimes".

Foi também obrigado a fazer um pedido de desculpas público.

"Lamento profundamente e apresento as minhas mais sinceras desculpas a todos os serra-leoneses que sofreram em consequência dos meus atos e negligência", disse ele num pequeno vídeo gravado na sua prisão no Ruanda, divulgado hoje pelo Tribunal.

"Desejo expressar o meu sincero arrependimento pela dor e trauma que sofreram durante a guerra, e considero-me altamente responsável por não ter agido", acrescentou.

Na Serra Leoa, está proibido de se aproximar das vítimas ou das suas famílias e de intimidar aqueles que testemunharam contra ele.

Deve também abster-se de qualquer atividade política e terá de se apresentar regularmente à polícia.

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