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2020: Biden torna-se presidente em eleições concorridas e contestadas

Joe Biden tornou-se o 46.º Presidente dos EUA após umas eleições que ainda continuam a ser contestadas pelo Presidente cessante, Donald Trump, e que foram das mais concorridas da história política norte-americana.

2020: Biden torna-se presidente em eleições concorridas e contestadas
Notícias ao Minuto

09:42 - 23/12/20 por Lusa

Mundo EUA

"Roubaram-nos a eleição", escreveu repetidas vezes Donald Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter, a partir do momento em que começaram a ser divulgados os resultados eleitorais, de forma prolongada, por causa da lenta contagem de um processo que contou com um número recorde de eleitores e com muitos votos por correspondência.

As alegações de Trump prenderam-se sobretudo com os votos por correio, que a candidatura republicana alega não terem sido devidamente controlados e vigiados, conduzindo a dezenas de processos judiciais em vários dos Estados-chave desta eleição, em particular Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.

Em todos estes estados, o candidato democrata, Joe Biden, sedimentou a vitória nacional em termos de votos (81 milhões contra 74 milhões de Trump) e no Colégio Eleitoral (306 delegados contra 232 de Trump), mas sem conseguir convencer o Presidente cessante a reconhecer a derrota.

A suspeição sobre a transparência e legitimidade da eleição tinha começado vários meses antes do dia 03 de novembro, quando Trump questionou a opção de permitir a contagem de votos por correspondência nos dias seguintes à noite eleitoral.

A campanha eleitoral, contudo, foi dominada pelo debate sobre a gestão de Trump no combate à pandemia de covid-19, tornando as eleições num plebiscito às competências políticas do Presidente republicano, numa altura em que o país ia evidenciando sinais preocupantes de falta de estratégia na crise sanitária, chegando ao dia das eleições com mais de 200.000 mortes com o novo coronavírus.

As eleições primárias tinham sido bem mais pacíficas, com Trump sem concorrência, no lado republicano, e com Joe Biden a confirmar o seu favoritismo desde muito cedo, tirando proveito da sua experiência como ex-vice-Presidente de Barack Obama (2009-2017) e do tom excessivamente radical dos discursos de candidatos fortes como Elizabeth Warren e Bernie Sanders.

A pandemia de covid-19 teve um impacto relevante na campanha eleitoral, fosse pelos constrangimentos provocados nas sempre importantes convenções dos dois principais partidos (que ficaram essencialmente restringidas às plataformas virtuais), fosse na limitação das ações de campanha e comícios.

Os debates televisivos também foram afetados e reduzidos de três para dois (por causa da contaminação de Donald Trump, que o impediu de participar no segundo encontro), tendo ficado marcados pelo comportamento agressivo do candidato republicano, muito criticado por analistas e adversários.

A agenda dos debates revelou a ausência de temas fortes da campanha, limitando-se ao combate à pandemia, impacto das mudanças climáticas, racismo e violência policial e recuperação económica.

A morte do afro-americano George Floyd, em maio, asfixiado sob escolta policial, levou a questão do racismo para o palco dos comícios e transportou ativistas radicais de esquerda e direita para as ruas de várias cidades, provocando desacatos que acabaram por servir de tema para os candidatos.

Donald Trump acusou os democratas de não serem capazes de introduzir "lei e ordem" na sociedade norte-americana, enquanto Biden desafiou o adversário republicano a demarcar-se de grupos de extrema-direita que provocaram violentos tumultos em vários estados, incentivado pela ala mais à esquerda do Partido Democrata.

Joe Biden acabaria por ter resultados historicamente marcantes, como a vitória na Geórgia, um estado do sul tradicionalmente republicano, mostrando que uma parte importante do eleitorado das minorias esteve ao seu lado e deixando o Partido Republicano com um espaço político muito mais estreito sociologicamente.

Depois de o Colégio Eleitoral ter confirmado a vitória de Biden - eliminando as aspirações de Trump de ver alguns delegados a alterar o seu posicionamento face à contagem de votos - resta ao candidato republicano uma última e desesperada tentativa de anular a derrota, se algum membro da Câmara de Representantes tentar contestar as eleições no dia 06 de janeiro, quando o Congresso reunir-se para ratificar os resultados das presidenciais.

Incerta, e pouco provável, é a presença de Donald Trump na cerimónia de tomada de posse de Joe Biden como 46.º Presidente dos EUA, marcada para 20 de janeiro, havendo mesmo rumores de que o Presidente cessante possa aproveitar essa data para anunciar a sua candidatura às eleições de... 2024.

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