Oposição húngara une-se para tentar derrotar Orban nas eleições de 2022
Seis partidos da oposição na Hungria anunciaram no domingo uma frente comum para tentar afastar o primeiro-ministro, Viktor Orban, e o seu partido Fidesz nas legislativas de 2022.
© Reuters
Mundo Hungria
A coligação, que inclui partidos ideologicamente muito diferentes como o liberal Momentum, o Jobbik nacionalista de direita e o partido verde Dialogue, acordou apresentar uma única lista a nível nacional e um candidato único nas diferentes circunscrições.
Sondagens recentes sugerem que uma estratégia de unidade pode ser eficaz para desafiar o poder com uma década do Fidesz e, nas eleições locais de 2019, uma coligação de partidos da oposição conseguiu ganhar Budapeste e dezenas de outras cidades, incluindo a terceira, a quarta e a quinta mais populosas da Hungria.
Uma maioria absoluta de dois terços no parlamento permitiu a Orban modificar a Constituição e realizar uma série de alterações legislativas, consideradas como ataques ao estado de direito, quer na Hungria, quer pela União Europeia.
Na sua declaração comum, a oposição compromete-se a jamais cooperar com o Fidesz, assim como a restaurar o estado de direito e a liberdade de imprensa.
Promete ainda devolver a independência ao Supremo Tribunal Federal, a lutar contra o desvio de dinheiros públicos e de fundos europeus, emendar a Constituição e mudar a lei eleitoral, que a oposição considera ter sido alterada para consolidar o poder de Orban.
“O povo húngaro tem a sua primeira verdadeira oportunidade numa década de se livrar do Governo corrupto e desonesto do Fidesz”, disseram os partidos.
O presidente do Momentum, Andras Fekete-Gyor, indicou que o acordo representou “um dia histórico” que “expressou a unidade da nação”.
Viktor Orban, repetidamente acusado por organizações internacionais e pela UE de minar a independência dos contrapoderes no seu país, está enfraquecido devido à gestão da pandemia do novo coronavírus e por revelações sobre a vida dupla de um dos seus próximos, surpreendido numa festa de sexo em grupo em Bruxelas, em violação das normas sanitárias.
Na semana passada, o primeiro-ministro húngaro fez aprovar uma alteração que obriga os partidos da oposição a apresentarem um candidato em perto de metade das circunscrições para poderem apresentar uma lista a nível nacional.
Atualmente, uma parte dos 199 lugares da assembleia nacional húngara é atribuída por representação proporcional, sendo os restantes mandatos (106) disputados por círculo eleitoral e escrutínio uninominal.
Para apresentar uma lista a nível nacional, os partidos passarão a ter de indicar candidatos em 71 distritos, em vez dos 27 atuais.
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