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HRW denuncia repressão marroquina contra ativistas do Saara Ocidental
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje a repressão do Governo marroquino contra os independentistas do Saara Ocidental, depois de uma escalada de tensões na ex-colónia espanhola.
© Getty Images
Mundo Human Rights Watch
Num comunicado, a HRW, com sede em Nova Iorque, disse que as forças de segurança marroquinas desmantelaram manifestações pró-independência e perseguiram, espancaram, prenderam ou atacaram as casas de vários ativistas no território do Saara Ocidental.
"As tropas marroquinas e da (Frente) Polisário podem estar cara-a-cara em disputas de fronteira ou diplomáticas, mas isso não dá a Marrocos legitimidade para punir civis do Saara Ocidental que se opõem pacificamente ao governo marroquino", disse Eric Goldstein, diretor interino da HRW para o Médio Oriente e Norte de África.
A HRW aponta vários casos ocorridos durante o mês de novembro, incluindo uma manifestação em Laayoune, em que as forças de segurança alegadamente espancaram várias pessoas e prenderam diversos homens, mulheres e crianças.
Além disso, a organização diz que independentistas denunciaram acontecimentos semelhantes em outras cidades, como Smara e Dakhla, e salienta que a polícia reprimiu manifestações de ativistas geralmente pacíficas, ao mesmo tempo que permitiu que outras grandes congregações no Saara Ocidental, este mês, celebrassem o reconhecimento pelos Estados Unidos da soberania marroquina sobre o território.
A este respeito, Goldstein sublinhou que nem este reconhecimento norte-americano - anunciado pelo Presidente Trump, em 10 de dezembro, quando apresentou a normalização das relações entre Marrocos e Israel - nem a repressão governamental podem "retirar o direito fundamental dos marroquinos de se oporem pacificamente às autoridades".
O gesto de Trump surge no momento em que uma série de ataques armados estão a decorrer no Saara Ocidental (que a Frente Polisario chama de "guerra" e que Marrocos considera ser uma "troca de tiros") e que constitui o momento de maior tensão na região desde 1991, quando foi assinado o cessar-fogo entre as partes.
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