Tunísia: Primeiro-ministro criticado por relacionar terrorismo e migração
Políticos da oposição na Tunísia criticaram hoje com dureza o primeiro-ministro, Hichem Mechichi, por ter relacionado migração e terrorismo numa entrevista à televisão francesa France24.
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Mundo Tunísia
Mechichi, que se encontra em visita oficial a França, disse também na entrevista que todos os tunisinos que representam uma ameaça para França deveriam voltar "para casa", o que foi recebido com inquietação por organizações locais de defesa dos direitos humanos, indicou a agência noticiosa espanhola EFE.
Segundo o portal da France24, o chefe do governo tunisino afirmou que o seu país está disposto a receber os tunisinos que a França quer expulsar devido aos alegados vínculos aos meios radicais, considerando que qualquer cidadão que esteja ilegalmente em território francês ou que "constitua uma ameaça" para os franceses deveria regressar à Tunísia.
O partido Corrente Democrática classificou hoje de "vergonhosa" a intervenção de Mechichi, pedindo ao primeiro-ministro para se desculpar por palavras que legitimam a retórica europeia de extrema-direita e ajudam a estimular a islamofobia e o estigma contra os migrantes tunisinos na Europa.
Na mesma linha, o presidente do Partido Unificado dos Patriotas Democráticos, Mongui Rahoui, instou Mechichi a pedir perdão aos milhares de famílias tunisinas cujos filhos são forçados a emigrar devido à grave crise económica no país, semelhante à que antecedeu a revolução de 2011.
A imolação pelo fogo há 10 anos de um vendedor ambulante desesperado desencadeou a revolta que daria origem ao que ficou conhecido como a Primavera Árabe.
A Tunísia é o único país dos sacudidos por aquela onda de protestos onde se realizam eleições livres, mas a crise económica faz com que muitos jovens tunisinos recorram à emigração, utilizando a rota do Mediterrâneo central, a mais mortífera do mundo, segundo a EFE.
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