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Estudantes raptados e libertados na Nigéria recebidos por governador

Descalços e entorpecidos por uma semana de cativeiro, mais de 300 estudantes nigerianos, libertados após terem sido raptados num ataque à sua escola, foram hoje recebidos pelo governador do estado de Katsina, na Nigéria.

Estudantes raptados e libertados na Nigéria recebidos por governador
Notícias ao Minuto

17:32 - 18/12/20 por Lusa

Mundo Nigéria

A libertação relativamente rápida dos mais de 330 rapazes ocorreu após uma resposta rápida do Governo, que parece ter aprendido com anteriores raptos em escolas, especialmente depois das alunas de Chibok, que não tiveram um resultado tão feliz.

O pesadelo dos estudantes começou na noite de 11 de dezembro, quando foram raptados por homens armados com espingardas AK-47 na Escola Secundária de Ciência do Governo, na aldeia de Kankara, no estado de Katsina, noroeste da Nigéria.

Os jovens foram obrigados a caminhar através de uma floresta e forçados a deitarem-se na terra, no meio de combates com armas entre os seus raptores e as tropas que os perseguiam.

Os rebeldes 'jihadistas' do Boko Haram da Nigéria reivindicaram a responsabilidade pelo rapto, dizendo que atacaram a escola porque acreditam que a educação ocidental não é islâmica.

Como os pais dos rapazes aguardavam ansiosamente qualquer notícia, muitos na Nigéria e em todo o mundo estavam a preparar-se para uma longa e arrastada situação de reféns. Muitos temiam que os rapazes fossem forçados a tornar-se crianças-soldados para o Boko Haram.

Mas o rapto atingiu um desenlace inesperadamente satisfatório quando o governador de Katsina Aminu Bella Masari anunciou a libertação de 344 rapazes no final da noite de quinta-feira.

"Penso que podemos dizer, recuperámos a maioria dos rapazes, se não todos", disse.

Masari disse à agência Associated Press que nenhum resgate foi pago para garantir a liberdade dos rapazes, mas não se sabe se foram feitas outras concessões.

O rapto dos rapazes da escola fez avivar uma memória dolorosa dos anteriores ataques do Boko Haram às escolas, especialmente o rapto, em abril de 2014, de mais de 270 alunas de um internato governamental em Chibok, no nordeste do estado de Borno. Cerca de 100 dessas raparigas continuam desaparecidas.

"A diferença neste caso é que o Governo avançou mais depressa", disse Bulama Bukarti, um analista da África subsaariana do Instituto Tony Blair.

Em Chibok, foram necessárias semanas de protestos de nigerianos, de celebridades e da comunidade internacional até o Governo reconhecer que as raparigas tinham sido raptadas e tivesse tomado medidas.

Durante esse tempo, o Boko Haram teve a oportunidade de colocar as raparigas em grupos menores e afastá-las para longe, tornando mais difícil encontrá-las.

Desta vez, o Governo destacou rapidamente forças após o rapto dos rapazes e os raptores rapidamente se viram cercados, disse Bukarti.

A sua libertação é "uma história fantástica no final de uma semana horrível", afirmou. "Os pais reunir-se-ão com os seus entes queridos, toda a Nigéria dará um suspiro de alívio para um bom final", acrescentou.

O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Nigéria, Peter Hawkins, apelou aos atacantes para libertarem quaisquer outras crianças que possam estar detidas por este ou outros ataques.

"As escolas devem ser seguras. As crianças nunca devem ser alvo de ataques e, no entanto, com demasiada frequência na Nigéria, são precisamente isso - vítimas de ataques às suas escolas", referiu.

E apelou ao Governo nigeriano para que fizesse melhores intervenções "para garantir que as escolas sejam seguras e que todas as crianças nigerianas possam aprender sem medo".

O Presidente Muhamadu Buhari congratulou-se com a libertação dos rapazes e declarou que o seu Governo precisa de fazer mais para tornar as escolas seguras contra tais ataques.

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