O acordo foi concluído na sequência da crise migratória de 2015, a maior que a Europa conheceu desde a Segunda Guerra Mundial, com a chegada de mais de um milhão de pessoas.

Através do acordo, a Turquia aceitou receber no país todos os novos migrantes que chegassem às ilhas gregas, incluindo os requerentes de asilo, nomeadamente os que fugiram à guerra na Síria.

Em contrapartida, Bruxelas prometeu à Turquia pagar 6.000 milhões de euros para apoiar na melhoria das condições de vida dos cerca de 3,6 milhões de refugiados que acolheu.

A ajuda financeira não será entregue diretamente ao Governo turco, mas sim a projetos específicos em benefício dos refugiados.

"Hoje, finalizamos as alocações de 6.000 milhões de euros de ajuda da União Europeia para apoiar os refugiados e o seu acolhimento pela Turquia", indicou o embaixador Nikolaus Meyer-Landrut, chefe da delegação dos 27 nem Ancara.

Para Meyer-Landrut, Ancara e Bruxelas concluíram, assim, uma "etapa chave" e deverão agora assegurar que os projetos beneficiarem diretamente os refugiados.

O Presidente turco, Recep Erdogan, acusou no passado a UE de não cumprir as promessas financeiras sobre a questão.

Ancara considera, por outro lado, "insuficiente" a ajuda entregue para se encarregar de perto de quatro milhões de migrantes e de refugiados.

Em setembro, o Presidente turco disse que a Turquia gastou cerca de 40.000 milhões de dólares (cerca de 32.900 milhões de euros) para receber refugiados.

Segundo a União Europeia, do montante total, 4.700 milhões de euros foram garantidos em março, dos quais já tinham sido desembolsados 3.200 milhões de euros.

O anúncio da distribuição de toda a ajuda pela UE ocorre uma semana após as sanções decididas por Bruxelas contra Ancara.

Os líderes dos 27, reunidos numa cimeira em Bruxelas, decidiram há uma semana sancionar as ações "ilegais e agressivas" da Turquia no Mediterrâneo contra a Grécia e Chipre.

Os trabalhos de exploração de gás levados a cabo pela Turquia no Mediterrâneo Oriental, em zonas marítimas próximas da Grécia e de Chipre, estiveram no centro das tensões durante meses.

Apesar das sanções, a UE afirmou a sua vontade de continuar a prestar assistência financeira aos refugiados sírios e às comunidades de acolhimento na Turquia e a cooperar no domínio da gestão responsável dos fluxos migratórios.

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