França discutiu "desenvolvimentos" da sua missão com líderes malianos
O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas de França, Fançois Lecointre, reuniu-se hoje com os novos líderes militares e políticos do Mali, numa iniciativa de avaliação da ação francesa no Sahel, tendo discutido os "novos desenvolvimentos" deste compromisso.
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Mundo Forças Armadas
À comunicação social, o general Lecointre afirmou que teve "diálogos particularmente francos e claros" com o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas do Mali, com o Presidente, com o vice-presidente e com o ministro da Defesa, designados para estes cargos desde o golpe militar de agosto, que afastou o então Presidente, Ibrahim Boubacar Keita.
A visita de Lecointre segue-se à dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, e das Forças Armadas, Florence Parly, num momento em que Paris avalia o seu envolvimento no Sahel.
Na quinta-feira, Lecointre esteve em Gao, no nordeste do país, onde inspecionou elementos da força anti-'jihadista' francesa, a Barkhane, e avaliou a sua cooperação com o Exército maliano.
Durante o dia de hoje, o general reuniu-se com as autoridades do Mali para fazer um ponto da situação, quase um ano depois da Cimeira de Pau, e "tentar traçar quais poderiam ser os desenvolvimentos futuros do compromisso francês e do compromisso internacional".
A Cimeira de Pau, realizada em janeiro de 2020, aumentou em 600 o número de efetivos na missão francesa, que agora totaliza cerca de 5.100 operacionais.
Em novembro, o Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que teria "nos próximos meses, decisões a tomar a fim de desenvolver a Barkhane".
A instabilidade que afeta o Mali começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.
Os fundamentalistas foram expulsos em 2013 graças a uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4.000 pessoas foram mortas em ataques terroristas em 2019 no Mali, Burkina Faso e Níger, tendo o número de pessoas deslocadas aumentado 10 vezes, ficando próximo de um milhão.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de agosto, o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da União Europeia.
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