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Daesh reivindica assassínio de jornalista afegã e do seu condutor

O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje o assassínio da jornalista afegã Malala Maiwand, morta a tiro, assim como o seu condutor, na província de Nangarhar, no leste do Afeganistão.

Daesh reivindica assassínio de jornalista afegã e do seu condutor
Notícias ao Minuto

15:38 - 10/12/20 por Lusa

Mundo Afeganistão

Num breve comunicado difundido por um dos canais de propaganda do EI no Telegram, o grupo afirmou que "os soldados do califado tiveram como objetivo a jornalista leal ao regime afegão Malala Maiwand na cidade de Jalalabad com uma pistola, e que levou à sua morte".

O comunicado não acrescenta mais detalhes nem menciona a pessoa que a acompanhava.

O tiroteio ocorreu hoje na cidade de Jalalabad, capital de Nangarhar, quando a jornalista se deslocava de casa para o trabalho, disse o porta-voz do governador da província Attaullah Khogyanai à agência noticiosa Efe.

Malala Maiwand, que trabalhou como apresentadora na estação de televisão local Enakas e desempenhou um papel ativo na sociedade civil como ativista, "foi morta a tiro juntamente com o seu motorista", disse o porta-voz.

O Presidente afegão, Ashraf Ghani, condenou o duplo homicídio e apelou às autoridades para investigarem o ataque "terrorista".

"Os ataques aos nossos jornalistas são um crime desumano e imperdoável", disse Ghani em comunicado, prometendo que o Governo tudo fará para "proteger" e "promover" a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

Este é o mais recente de uma série de homicídios de figuras proeminentes da sociedade civil no país.

Os ataques a jornalistas, religiosos, defensores dos direitos humanos e estudantes têm vindo a aumentar desde há cerca de um ano, coincidindo com o acordo assinado em fevereiro entre os Estados Unidos e os talibãs, e agravando-se desde setembro com o diálogo entre os rebeldes e o Governo de Cabul, em Doha.

Uma dúzia de missões diplomáticas no Afeganistão, incluindo as da União Europeia, dos Estados Unidos e da NATO, condenaram em declaração conjunta na segunda-feira a onda de assassínios, que procura silenciar a diversidade de opiniões no país.

O Afeganistão é considerado um dos países mais perigosos para os jornalistas, ocupando a 122.ª posição entre 180 no índice de liberdade de imprensa estabelecido anualmente pelos Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Só no mês passado, os jornalistas afegãos Elyas Dayee, da Radio Free Europe/Radio Liberty, e a proeminente apresentadora de televisão Yama Syawash, que estava ligada à popular estação de televisão privada Tolo, foram mortos em dois atentados com carros armadilhados.

Em 2018, o ano mais mortífero para a imprensa no país, 20 jornalistas e trabalhadores de órgãos de comunicação social foram mortos e outros 20 feridos no exercício da sua profissão.

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