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Polícia da Indonésia mata seis apoiantes de clérigo radical

A polícia indonésia matou hoje seis apoiantes de um clérigo radical que voltou no mês passado ao país, após três anos de exílio na Arábia Saudita, depois de acusações de crimes contra o religioso terem sido retiradas, segundo autoridades locais.

Polícia da Indonésia mata seis apoiantes de clérigo radical
Notícias ao Minuto

14:32 - 07/12/20 por Lusa

Mundo Indonésia

O chefe da polícia de Jacarta, Muhammad Fadil Imran, disse que a polícia estava a seguir um carro que transportava 10 apoiantes do clérigo Rizieq Shihab, o líder da Frente de Defensores Islâmicos, na manhã de hoje.

Os apoiantes atacaram a polícia com armas e espadas, ameaçando a segurança dos polícias, disse Imran.

"Os polícias, então, tomaram medidas firmes e seis pessoas de um grupo de 10 acabaram por morrer", declarou numa conferência de imprensa, sem dar mais detalhes sobre o caso.

Uma autoridade da Frente de Defensores Islâmicos, Ahmad Shabri Lubis, fez um relato diferente do caso, referindo que Shihab e a sua família estavam a deslocar-se para um local, não indicado, e os guardas que viajavam com a família haviam sido baleados.

"No caminho para o local em que seria realizado um sermão, o grupo foi intercetado por pessoas desconhecidas que acreditávamos fortemente pertencerem a um grupo operacional que pretende perseguir e prejudicar (o clérigo). Essas pessoas desconhecidas pararam e atiraram sobre os guardas da família", disse Lubis num comunicado.

Imran disse que a polícia deveria interrogar Shihab na manhã de hoje por uma alegada violação dos regulamentos de saúde devido ao novo coronavírus, cometida durante a receção do casamento da sua filha em 14 de novembro, e receberam informações sobre os planos de uma grande mobilização de seus apoiantes na sede da polícia de Jacarta durante o interrogatório.

Shihab não compareceu ao interrogatório, nesta que foi a sua segunda intimação policial.

Rizieq Shihab foi recebido por dezenas de milhares de seguidores quando voltou do exílio em 10 de novembro.

O religioso havia deixado a Indonésia em 2017 para fazer uma 'umrah', ou peregrinação menor, a Meca logo após a polícia o acusar num caso relacionado a um 'chat' pornográfico e pelos alegados insultos à ideologia oficial do Estado (a Pancasila).

A polícia retirou as duas acusações no ano passado devido a fracas evidências, mas as autoridades da Arábia Saudita o proibiram de deixar o país sem qualquer explicação.

O seu regresso ocorre num momento em que as forças islamitas estão a ganhar força política na Indonésia.

A Frente de Defensores Islâmicos já esteve à margem da política e tem um longo histórico de vandalismo em casas noturnas, atirar pedras em embaixadas ocidentais e atacando grupos religiosos rivais.

A Frente quer que a lei islâmica 'Sharia' seja aplicada aos 230 milhões de muçulmanos da Indonésia.

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