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Primeiras eleições regionais nos Camarões boicotadas pela oposição

Milhares de eleitores votaram hoje "pacificamente" nas primeiras eleições regionais nos Camarões, uma votação boicotada pela oposição, que não acredita numa mudança política, nem no fim do conflito separatista com as regiões de língua inglesa.

Primeiras eleições regionais nos Camarões boicotadas pela oposição
Notícias ao Minuto

20:59 - 06/12/20 por Lusa

Mundo Camarões

"A eleição dos conselheiros regionais teve lugar com serenidade, calma e tranquilidade", segundo a organização Repórteres sem Fronteiras.

"Não houve incidentes que pudessem comprometer a credibilidade do escrutínio ou a sinceridade dos resultados esperados das urnas", disse, por seu lado, Paul Atanga Nji, ministro da Administração Territorial.

Temia-se que o escrutínio ficasse marcado pela violência, especialmente nas duas regiões de língua inglesa onde grupos separatistas lutam contra o Exército há quase quatro anos num conflito que já deixou mais de 3.000 mortos e obrigou mais de 700.000 pessoas a fugir das suas casas.

O regime apresentou estas primeiras eleições regionais como "históricas" para completar a descentralização e resolver a crise anglófona.

Os Conselhos Regionais, esquecidos desde 1996, foram reativados durante o Grande Diálogo Nacional convocado, em 2019, por Paul Biya, após intensa pressão internacional para pôr fim ao conflito na zona anglófona.

No total, cerca de 24.000 eleitores, conselheiros municipais e chefes tradicionais, votaram neste sufrágio indireto para nomear 900 conselheiros regionais, 90 para cada uma das 10 regiões.

Os resultados ainda não foram anunciados, mas há poucas dúvidas de que os conselheiros municipais que elegem o maior número de representantes nestas novas assembleias regionais são esmagadoramente do partido de Biya, de 87 anos.

Para além da rebelião na zona de língua inglesa, o Presidente Biya, que governou os Camarões com punho de ferro durante 38 anos, enfrenta protestos sem precedentes nas ruas desde a sua reeleição em 2018 e repetidos ataques de grupos 'jihadistas' no extremo norte do país.

Para encorajar o sucesso das eleições, tinha prometido em 02 de setembro, por decreto presidencial, uma indemnização de 50.000 francos CFA (cerca de 75 euros) por cada eleitor que participasse na votação.

Catorze partidos contestaram as eleições fora das áreas de língua inglesa, incluindo o partido de Biya, a União Democrática do Povo Camaronês (RDPC, na sigla em francês), que obteve uma vitória esmagadora nas eleições municipais de fevereiro.

Em ambas as áreas de língua inglesa, o RDPC foi o único partido a apresentar candidatos no terreno.

Em todo o país, as sondagens foram boicotadas pelos dois principais partidos da oposição: a Frente Social Democrática (SDF, na sigla francesa) e o Movimento pelo Renascimento dos Camarões (MRC, na sigla francesa) de Maurice Kamto, o principal opositor de Biya.

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