Mali: Autoridades anunciam composição de conselho nacional de transição
As autoridades do Mali, dominadas por militares, anunciaram hoje os 121 membros do conselho nacional de transição, um organismo legislativo que deverá levar os civis de volta ao poder, meses depois de um golpe de militar.
© Reuters
Mundo Mali
Depois da nomeação de um Presidente e de um executivo liderado por um primeiro-ministro, entre final de setembro e início de outubro, as autoridades que lideram o Mali desde o golpe de 18 de agosto, que afastou o então chefe de Estado, Ibrahim Boubacar Keita, anunciaram agora a constituição do conselho.
As condições para a nomeação dos membros deste organismo, feita por militares, e o tempo necessário para o anúncio da composição deste alimentaram um descontentamento evidente contra os golpistas.
A lista de 121 membros deste conselho nacional de transição, estabelecida por decreto presidencial, foi lida na noite de hoje na estação de televisão nacional do Mali.
De acordo com a estação, citada pela agência noticiosa France-Presse, o conselho nacional de transição terá a sua primeira reunião no sábado, que elegerá o seu presidente entre candidatos apoiados por pelo menos 40 membros. Esta disposição é favorável também aos militares, que reúnem 22 dos 121 lugares.
Os militares do Mali fizeram um golpe de Estado em 18 de agosto, depondo o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, que ocupava o cargo desde 2013, na sequência de várias semanas de instabilidade com protestos e tumultos nas ruas, com multidões a exigir a demissão do chefe de Estado.
Os militares comprometeram-se a devolver o poder aos civis eleitos após 18 meses, e nomearam um Presidente e um Governo, para o período de transição, entre o final de setembro e o início de outubro.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de agosto, o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia.
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