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Israel. Deputados aprovam proposta preliminar para dissolver Parlamento

Os deputados israelitas aprovaram hoje uma proposta preliminar para dissolver o Parlamento, abrindo caminho à possibilidade de Israel ter de organizar as quartas eleições legislativas em dois anos, numa altura em que o país atravessa uma crise pandémica.

Israel. Deputados aprovam proposta preliminar para dissolver Parlamento
Notícias ao Minuto

15:09 - 02/12/20 por Lusa

Mundo Israel

A proposta foi aprovada com o apoio dos deputados do partido da coligação governamental liderada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e a votação surge precisamente sete meses depois de a coligação de Governo ter sido empossada, numa declaração de unidade nacional para enfrentar a crise do coronavírus.

Desde então, a coligação entre o Likud, partido de Netanyahu, e o Azul e Branco, do ministro da Defesa, Benny Gantz, está presa em lutas internas sem fim.

A votação constitui apenas uma aprovação preliminar para pôr termo à aliança e forçar novas eleições no início do próximo ano. 

O processo segue agora para um comité antes de chegar ao Parlamento para a aprovação final, o que poderá acontecer na próxima semana.

Até lá, Gantz e Netanyahu devem continuar negociações numa última tentativa para preservar a aliança.

Ao juntar-se à oposição na votação de hoje, o partido de Gantz expressou "insatisfação" com Netanyahu, acusando o primeiro-ministro de colocar os seus próprios interesses pessoais à frente dos do país.

Netanyahu está a ser julgado em tribunal por uma série de acusações de corrupção, com Gantz a acusar o primeiro-ministro de estar a dificultar o "importante trabalho governamental", incluindo a aprovação de um orçamento nacional, na esperança de paralisar ou anular os procedimentos legais contra si.

Outro líder da oposição, Yair Lapid, cujo partido, o Yesh Atid, votou a favor de novas eleições, acusou o Governo de "maus tratos grosseiros" no combate à crise provocada pelo novo coronavírus e responsabilizou-o pelas consequências económicas.

O Governo ainda não aprovou um orçamento para 2020, sendo esse o resultado das profundas divisões saídas do acordo de divisão do poder. 

A falta de um orçamento está a causar grandes dificuldades e cortes aos israelitas, num momento em que o desemprego subiu devido ao surto da covid-19 e é agora estimado em mais de 20%.

Israel já passou por dois confinamentos a nível nacional desde março e as autoridades já estão a alertar que o aumento da taxa de infeção pode resultar num regresso às estritas restrições que só recentemente foram suspensas.

Se o orçamento para 2020 não for aprovado até 23 de dezembro, a lei israelita prevê a dissolução automática do Parlamento e a realização de novas eleições.

Segundo o acordo de coligação, Netanyahu servirá como primeiro-ministro até novembro de 2021, com o cargo sendo transferido para Gantz durante os 18 meses seguintes.

A única maneira de Netanyahu se manter no poder e sair do acordo passa pela não aprovação do orçamento.

Gantz, por seu lado, segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), "parece ter concluído que as eleições são inevitáveis, e que, quanto mais cedo forem realizadas, melhor".

Ao antecipar as eleições para o início de 2021, Ganz parece apostar na ideia de que Netanyahu "será punido pelos eleitores por uma pandemia de coronavírus ainda violenta e uma economia em dificuldades", acrescenta a AP.

Netanyahu - prossegue a AP -- sairia beneficiado se arrastasse as negociações sobre o orçamento e atrasando as eleições para o final de 2021, na esperança de que uma vacina chegue e a economia comece a recuperar.

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