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Saída de Cummings é oportunidade para Boris Johnson "mudar tom"

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tem a oportunidade para "mudar o tom" do seu estilo de governação depois da saída do seu principal assessor Dominic Cummings, disse hoje o diretor adjunto do Institute for Gouvernment. 

Saída de Cummings é oportunidade para Boris Johnson "mudar tom"
Notícias ao Minuto

14:58 - 01/12/20 por Lusa

Mundo Reino Unido

"Vamos entrar num estado estacionário deste governo, com uma nova equipa (...). É uma grande oportunidade para mudar o tom", afirmou o analista político durante um 'webinar' sobre "o futuro dos assessores políticos". 

Dominic Cummings, o controverso assessor de Boris Johnson, cessou funções em meados de novembro, após uma luta por influência no seio do Governo de uma fação ligada à campanha do 'Brexit'.

É considerado o arquiteto da campanha que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia e o autor do slogan 'Get Brexit Done', que garantiu uma maioria absoluta nas eleições de dezembro do ano passado. 

Depois, tornou-se o assessor com mais poder dentro do executivo, decidindo muitas vezes quem tinha acesso ao primeiro-ministro, marginalizando deputados e até outros membros do próprio Governo.

Peter Cardwell, antigo assessor de quatro ministros do Partido Conservador e autor do livro "A Vida Secreta dos Assessores Especiais", conta que ele próprio foi vítima da autoridade que Cummings centralizava dentro do Governo, ao ser vetado e despedido. 

Cummings, disse, "mantinha um controlo minucioso dos assessores" e chegava "muitas vezes a impor assessores aos ministros para os manter debaixo de olho". 

Um episódio tornado público foi o despedimento sumário no ano passado de Sonia Khan, assessora do antigo ministro das Finanças Sajid Javid, que envolveu uma escolta policial até ao portão dos edifícios do governo.

Em novembro, Khan aceitou uma indemnização antes de ser concluído um processo no Tribunal de Trabalho.

Cummings foi também acusado de estar por detrás do afastamento de vários secretários gerais de ministérios, criando um ambiente de conflito com a função pública.

Atualmente, revelou Cardwell, o nível de controlo é menor e não existe um ambiente tão "agitado" na máquina do Governo. 

John McTernan, antigo assessor político do antigo primeiro-ministro Tony Blair, disse que o problema de Cummings foi querer centralizar e controlar a máquina do Governo à força. 

"Não se tem o tempo todo para controlar tudo. (...) É preciso estabelecer uma visão estratégica que as pessoas possam seguir. Claro que se pode forçar as pessoas a submeterem-se, mas esse sistema vão vai aguentar muito tempo", vincou. 

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