Ex-responsáveis europeus pedem regresso dos EUA a acordo nuclear com Irão
Seis antigos altos funcionários europeus pediram hoje à Alemanha, França, Reino Unido e União Europeia (UE) para consolidarem a diplomacia transatlântica com o Irão, dizendo ser urgente que Teerão e EUA regressem ao acordo nuclear.
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Mundo Acordo nuclear
"Tendo trabalhado tão arduamente para preservar o acordo nuclear com o Irão, nos últimos quatro anos, os governos europeus e a UE devem agora inequivocamente pedir ao Governo (do Presidente norte-americano) Biden e ao iraniano que voltem rapidamente ao cumprimento total do acordo", escreveu um grupo de seis antigos responsáveis políticos e diplomáticos europeus, numa carta aberta divulgada hoje pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Os signatários - incluindo o antigo primeiro-ministro sueco Carl Bildt, o ex-embaixador alemão nos Estados Unidos, Wolfgang Ischinger, e o ex-Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Javier Solana - propõem quatro medidas concretas para a Europa ajudar Joe Biden, Presidente eleito dos EUA, e o Irão a regressarem à diplomacia e ao cumprimento do acordo nuclear, aproveitando a situação criada pelo assassínio do cientista responsável pelo programa de Teerão.
Em primeiro lugar, propõem que a Alemanha, França e Reino Unido coordenem entre si uma declaração pública conjunta, desafiando o Governo Biden, uma vez empossado, a "anunciar formalmente a sua intenção" de regressar ao acordo nuclear de 2015, que a Administração Trump abandonou unilateralmente em 2018.
Em segundo lugar, propõem que o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, encoraje os países membros signatários a apelar ao regresso dos EUA ao acordo, reafirmando o apoio à resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a matéria.
Em terceiro lugar, propõem que, entre agora e 20 de janeiro (dia da tomada de posse de Biden como Presidente dos EUA), Alemanha, França, Reino Unido e UE convoquem uma reunião com o Irão, para definirem um "caminho claro" para Teerão "reverter as suas atividades nucleares".
Em quarto lugar, propõem que os países europeus e a UE articulem um "roteiro diplomático para a cooperação transatlântica", no momento em que a tomada de posse de Biden pode abrir novas janelas de oportunidade, nas relações com o Irão.
"Os países europeus devem agir rapidamente para conter a expansão do programa nuclear do Irão e exortar o novo Governo Biden a aproveitar o impulso político após a sua posse para envolver ativamente o Irão e reverter a perigosa trajetória atual", pode ler-se na carta.
Comentando esta iniciativa, Ellie Geranmayeh, vice-presidente do Conselho Europeu para as Relações Exteriores, reconhece que a "política de pressão máxima do Governo Trump não conseguiu trazer estabilidade" para o Médio Oriente.
Geranmayeh acredita que "os europeus devem esperar que as próximas semanas sejam turbulentas", no que diz respeito ao Irão, sendo essencial que o Governo de Joe Biden e o regime de Teerão regressem "rapidamente ao cumprimento total do acordo nuclear, já no próximo ano".
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