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Autoridades espanholas esvaziam "doca da vergonha" nas Canárias

O centro de acolhimento de migrantes do cais do porto de Arguineguín, conhecido por alguns como a "doca da vergonha", foi despejado por ter condições inadequadas para receber milhares de africanos que chegaram recentemente às Ilhas Canárias.

Autoridades espanholas esvaziam "doca da vergonha" nas Canárias
Notícias ao Minuto

13:33 - 30/11/20 por Lusa

Mundo Migrações

A delegação do Governo central nesta região espanhola confirmou hoje que a totalidade das 830 pessoas que ainda se encontravam detidas na sexta-feira no cais de Arguineguin, na costa sudoeste da ilha de Gran Canaria, tinham sido transferidas até domingo à noite para outras instalações, e as autoridades pretendem desmantelar o centro de acolhimento a partir de hoje.

Mesmo assim, algumas tendas vão permanecer no cais de Arguineguín e serão utilizadas como local de primeiros socorros e de rastreio sanitário para aqueles que a partir de agora desembarcam dos navios de salvamento, segundo fontes citadas pela agência de notícias espanhola EFE.

O acampamento montado há pouco mais de três meses chegou a ter cerca de 2.600 pessoas, que eram conduzidas para o local em barcos das autoridades de salvamento marítimo, a dormir e a comer em instalações improvisadas, vigiadas pela polícia.

As instalações foram muito criticadas pelas organizações de direitos humanos e pelo provedor da justiça espanhol pelas suas más condições, com muitos migrantes a dormirem apenas com um cobertor e sem acesso a duches nem a um contacto adequado a consultas jurídicas, tendo alguns deles sido retidos por tempo superior aos três dias que a lei estipula.

Todos os migrantes foram agora deslocados para instalações militares também improvisadas, mas com melhores infraestruturas, assim como para hotéis em várias ilhas do arquipélago, informou o delegado do governo espanhol na região.

A coligação de esquerda liderada pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez está a tentar retomar o repatriamento de imigrantes ilegais para Marrocos, país que tem as suas costas a uma centena de quilómetros e de onde chegaram a maioria dos migrantes, e também outros países da África Ocidental, ao mesmo tempo que transfere para o continente espanhol apenas alguns deles, na sua maioria mulheres, menores e um número reduzido de requerentes de asilo.

Mais de 20.000 pessoas em busca de uma vida melhor chegaram este ano às Canárias, contra 1.500 no mesmo período de 2019, tendo, segundo a Organização Internacional para as Migrações das Nações Unidas.

Pelo menos 500 pessoas terão morrido ao tentar alcançar as ilhas que pretendem utilizar como um trampolim para alcançar os países europeus.

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