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Centenas de manifestantes detidos antes de manifestação no Paquistão

Centenas de apoiantes dos partidos da oposição foram detidos pela polícia antes de uma manifestação planeada para hoje com o objetivo de pedir a renúncia do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan.

Centenas de manifestantes detidos antes de manifestação no Paquistão
Notícias ao Minuto

11:59 - 30/11/20 por Lusa

Mundo Manifestação

O Governo defendeu as medidas tomadas pelas forças de segurança, que justificou com a política de combate à pandemia do novo coronavírus.

A polícia declarou ter detido mais de 370 pessoas, enquanto grupos da oposição estimam que cerca de 1.800 tenham sido detidas em Multan, uma cidade no centro do Paquistão onde as autoridades desligaram a rede de telemóveis da região.

As forças de segurança colocaram contentores nas principais estradas na noite de domingo para bloquear o caminho para um parque público onde a oposição planeava protestar contra o primeiro-ministro.

Apesar disso, os líderes da oposição marcharam até o parque, desencadeando confrontos que levaram às detenções.

Entre os presos estão Ali Musa Gillani, filho do ex-primeiro-ministro Yousaf Raza Gillani.

As ruas continuam tensas hoje, antes da hora planeada para a manifestação.

O Governo de Khan referiu que a pandemia do novo coronavírus foi o motivo da interdição do protesto, embora as forças de segurança nos últimos meses tenham interrompido repetidamente os eventos da oposição e detido os seus líderes.

A pandemia até agora infetou cerca de 398.000 pessoas e matou mais de 8.000 desde fevereiro no país.

"A oposição está a fazer política à custa da vida das pessoas", disse a porta-voz do Governo, Firdous Ashiq Awan.

Esperava-se que a manifestação atraísse Maryam Nawaz, filha do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, que vive no exílio em Londres desde 2019 depois de deixar o Paquistão com uma ordem judicial que permitiu que fosse realizar um tratamento médico no estrangeiro.

Na época, um tribunal permitiu que Sharif deixasse o país por quatro semanas, mas o ex-primeiro-ministro não voltou.

Os militares do Paquistão governaram o país de 220 milhões de pessoas - direta ou indiretamente - durante a maior parte da sua história.

As sucessivas tentativas de democracia foram interrompidas por golpes militares, o último em 1999.

Os paquistaneses foram às urnas em 2008 e elegeram o seu primeiro governo civil em 12 anos. Depois disso, houve três eleições consecutivas. Os militares e os serviços de informações mantêm um controlo rígido sobre a política do país e acredita-se que apoiem Khan, que assumiu o poder em 2018.

Maryam Nawaz disse aos jornalistas hoje que não temia ser presa e que a manifestação da oposição acontecerá a todo o custo.

"Não há dúvida de que este Governo não estará mais no poder nos próximos dias, se Deus quiser, e não tenho dúvidas sobre isso", disse Maryam Nawaz.

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