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Covid-19. Papa cria 13 novos cardeais numa cerimónia com restrições

O Papa Francisco elevou hoje formalmente 13 novos cardeais, oriundos de quatro continentes e de oito países, numa cerimónia marcada em todos os sentidos pela pandemia do coronavírus com a Basílica de São Pedro praticamente vazia.

Covid-19. Papa cria 13 novos cardeais numa cerimónia com restrições
Notícias ao Minuto

17:02 - 28/11/20 por Lusa

Mundo Covid-19

O Colégio Cardinalício tem agora mais 13 novos membros de Itália, Malta, Chile, Estados Unidos, México, Filipinas, Brunei e Ruanda.

"O vermelho púrpura das vestes cardinalícias, que é a cor do sangue, pode tornar-se, para o espírito mundano, a cor duma distinção eminente", advertiu o Pontífice na sua homilia.

Francisco disse aos cardeais que devem estar "vigilantes" para permanecer no caminho de Jesus Cristo, "força e sentido" da sua vida e do seu ministério.

A cerimónia, conhecida como consistório, é a sétima do pontificado de Francisco e mais uma vez refletiu o esforço do Papa argentino para nomear cardeais de lugares que nunca os tiveram antes ou cujo serviço à Igreja deseja destacar.

O primeiro Papa latino-americano da história há muito que procura nomear cardeais das "periferias", para mostrar a natureza universal da Igreja e impulsionar pequenas comunidades, onde os católicos são minoria, com líderes de alto nível.

Nove cardeais têm menos de 80 anos e podem votar num conclave para eleger um novo Papa.

O cardeal designado Wilton Gregory, arcebispo de Washington, tornou-se hoje o primeiro cardeal afro-americano.

Antes da cerimónia, Wilton Gregory disse à Associated Press que via a sua nomeação como "uma afirmação dos católicos negros nos Estados Unidos, a herança de fé e fidelidade que representam".

A nomeação de Gregory ocorre após um ano de protestos raciais nos EUA, provocados pelo último assassinato de um homem negro por um polícia branco.

Outro cardeal voltado para a justiça social é o arcebispo aposentado de Chiapas, México, o agora cardeal Felipe Arizmendi Esquivel, que defendeu os direitos dos povos indígenas mexicanos e liderou os esforços para traduzir a Bíblia e os textos litúrgicos para as línguas nativas.

Francisco visitou Chiapas em 2016 e há muito defende os direitos dos povos indígenas.

"Essa pode ser uma das razões (porque me nomeou cardeal), mas não posso confirmar", disse Felipe Esquivel durante uma ligação da Zoom.

Os candidatos a cardeais e outros que vieram a Roma de longe foram obrigados a uma quarentena de 10 dias.

As ligações da Zoom forneciam contacto com o exterior e as vestes dos novos cardeais foram entregues em mãos pelos famosos alfaiates eclesiais de Roma.

Dois dos novos cardeais não se puderam deslocar até Roma, por causa da pandemia: Cornelius Sim, vigário apostólico de Brunei, e José F. Advincula, arcebispo de Capiz, nas Filipinas.

Ambos receberão o barrete, o anel e a bula com o título cardinalício através de um representante do Papa.

A cerimónia aconteceu tendo como pano de fundo a pandemia COVID-19, que eclodiu na Itália em fevereiro e que registou um ressurgimento no outono.

Normalmente, os consistórios são realizados com festa e multidão: os cardeais vêm à cidade com a família, amigos e às vezes benfeitores e paroquianos que veem de perto os novos "príncipes da igreja" e depois participam em receções e jantares em sua homenagem.

Em circunstâncias normais, o consistório seria seguido por "visitas de cortesia", onde os novos cardeais cumprimentam os simpatizantes e o público em geral da grandeza nas salas de receção no Palácio Apostólico ou no auditório do Vaticano.

Este ano, não haverá visitas de cortesia e cada cardeal tem um limite de 10 pessoas para convidados.

A partir de hoje haverá 128 cardeais com idade para votar, 42% da Europa.

Portugal está representado no colégio cardinalício por Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, António Marto, bispo de Leiria-Fátima, e José Tolentino Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Sé, todos criados pelo Papa Francisco e eleitores num eventual conclave.

No colégio cardinalício está ainda Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, e José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, ambos com mais de 80 anos.

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