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Ministro iraniano condena assassínio de cientista e acusa Israel do ato

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, condenou hoje o assassínio de um importante cientista iraniano que trabalhava no setor nuclear, denunciando-o como "um ato terrorista" e referindo "sérios indícios do envolvimento de Israel".

Ministro iraniano condena assassínio de cientista e acusa Israel do ato
Notícias ao Minuto

16:34 - 27/11/20 por Lusa

Mundo Mohammad Javad Zarif

"Os terroristas assassinaram hoje um proeminente cientista iraniano. Esta covardia -- com sérios indícios do papel de Israel -- mostra o belicismo desesperado dos seus autores", escreveu Zarif, na rede social Twitter.

O chefe da diplomacia iraniana apelou também à comunidade internacional para "pôr fim às suas vergonhosas posições ambivalentes e condenar este ato terrorista".

Em comunicado, o Ministério da Defesa do Irão identificou o homem como sendo Mohsen Fakhrizadeh, chefe do departamento de pesquisa e inovação daquele ministério da Defesa.

Mohsen Fakhrizadeh ficou "gravemente ferido" quando o seu carro foi alvejado por vários atacantes, que por sua vez foram atacados pela equipa de segurança do cientista, pode ler-se no comunicado, em que acrescenta que a equipa médica não o conseguiu reanimar.

Fakhrizadeh foi descrito pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como o pai do programa de armas nucleares do Irão.

Este ataque ocorreu menos de dois meses antes da chegada à Casa Branca do democrata Joe Biden, Presidente eleito nas eleições de 03 de novembro nos Estados Unidos.

Biden pretende mudar de postura em relação ao Irão depois de quatro anos da Presidência de Donald Trump, que retirou o país do acordo assinado por potências mundiais em Viena, em 2015, sobre o programa nuclear de Teerão, após o que reinstaurou e endureceu as sanções contra o Irão.

Até ao momento, Israel recusou comentar o assassínio de Mohsen Fakhrizadeh, que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, invocou uma vez em conferência de imprensa dizendo para as pessoas se "lembrarem desse nome".

Há quase uma década que Israel é suspeito de realizar uma série de assassínios a cientistas nucleares iranianos.

Hossein Salami, comandante-chefe dos Guardas da Revolução, referiu-se ao ataque a Fakhrizadeh.

"Assassinar cientistas nucleares é a confrontação mais violenta para nos impedir de alcançar a ciência moderna", escreveu na rede social Twitter.

Hossein Dehghan, conselheiro do líder supremo do Irão e candidato à Presidência do país nas eleições de 2021, lançou avisos na mesma rede social.

"Nos últimos dias de vida política do seu aliado no jogo, os sionistas procuram intensificar e aumentar a pressão sobre o Irão para travar uma guerra de pleno direito. Vamos descer como um raio nos assassinos deste mártir oprimido e faremos com que se arrependam das suas ações", ameaçou Dehghan, referindo-se ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Fakhrizadeh liderou o chamado programa "Amad", ou "Esperança", do Irão.

Israel e o Ocidente alegaram que essa operação militar tinha como objetivo saber a viabilidade de construção de armas nucleares no Irão, mas Teerão alegou sempre que o seu programa nuclear é pacífico.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) referiu que o programa "Amad" terminou no início dos anos 2000 e os seus inspetores monitorizam agora as instalações iranianas como parte do acordo nuclear do Irão com os cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU -- Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França -- e a Alemanha.

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